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    Adolescentes de 12 a 17 anos recebem dose de reforço a partir desta segunda (30)

    Na sexta-feira (27), o Ministério da Saúde ampliou a recomendação da dose de reforço para essa faixa etária

    Lucas RochaNathalie Hanna Alpacada CNN , em São Paulo e no Rio de Janeiro

    Adolescentes de 12 a 17 anos começam a receber a dose de reforço contra a Covid-19 a partir desta segunda-feira (30).

    Na sexta-feira (27), o Ministério da Saúde ampliou a recomendação da dose de reforço para essa faixa etária. Segundo o ministério, a dose de reforço deve ser aplicada quatro meses após a segunda dose, preferencialmente com a vacina da Pfizer, independentemente da dose aplicada anteriormente.

    Na indisponibilidade da vacina, a Coronavac pode ser usada, segundo a pasta. Os dois imunizantes são autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa etária. Nos adolescentes imunocomprometidos, apenas a vacina da Pfizer deve ser utilizada, assim como as jovens grávidas ou puérperas. Neste público ser aplicada a Coronavac como alternativa.

    Em relação à população acima de 18 anos, um levantamento realizado pela Agência CNN mostra que 56% se vacinou com a dose de reforço contra a Covid-19, índice que chega a ser quase metade da primeira (111%) e da segunda (102%) doses.

    A adesão ainda longe da ideal, aliada ao aumento da taxa de positividade de 10,2% para 28,8% nos laboratórios particulares, entre 17 de abril e 21 de maio, desperta a atenção de especialistas.

    O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, afirma acreditar que o Brasil já começa a ter um novo pico da Covid-19, mas que ele não será tão preocupante como o anterior, que ocorreu em janeiro deste ano, após a introdução da variante Ômicron no país.

    “Nós vamos ter muitos casos, mas serão leves a moderados. Temos uma preocupação que é a baixa procura de dose de reforço, que não está suficiente, o ideal é que chegue a 70% a 80% para que as pessoas não percam a proteção e que não aumentem os casos graves por falta de vacinação”, diz.

    “A população em geral, sobretudo quem tem 18 a 40 anos, não está indo aos postos receber a terceira dose e, se a população mais jovem se infectar, isso pode aumentar a circulação viral. Por isso, é importante que as pessoas se vacinem”, completa.

    Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), alerta que a cobertura da dose de reforço e da vacinação infantil – esta com 60% para a primeira dose e 27% para a segunda – está aquém da expectativa. Para ela, também é necessário incentivo à imunização para evitar possível aumento de casos da doença.

    “Estamos vendo que a pandemia não acabou e sempre estamos sob risco de uma nova onda porque não temos controle sobre as variantes que aparecem com alta transmissibilidade. Até o momento, as vacinas continuam tendo um bom efeito para evitar as mortes e casos graves. Quem está totalmente vacinado tem se mantido com uma boa saúde”, afirma.

    “A grande preocupação que temos visto são as crianças, que estão com baixa cobertura vacinal, e na dose de reforço dos adultos. Sabemos que depois de quatro a seis meses, o nível de anticorpos cai, então é preciso que as pessoas voltem a se vacinar”, completa Mônica.

    De acordo com o Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre 15 e 21 de maio, aproximadamente 48% dos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram decorrentes da doença, contra 41,8% da semana anterior. Além disso, 84% das mortes por SRAG também estão relacionadas ao coronavírus. O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, informa que a baixa procura pelo imunizante influencia para uma tendência de crescimento.

    “A dose de reforço foi implementada porque os dados mostraram o quanto ela era importante, especialmente frente à variante Ômicron. É como a vacina anual da gripe, que não chamamos de reforço, mas é basicamente a mesma lógica”, destaca o pesquisador.

    Cidade de São Paulo dá início à vacinação de reforço

    Na cidade de São Paulo, a vacinação acontece a partir desta segunda-feira em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs/UBSs) Integradas, das 7h às 19h, e em megapostos e drive-thrus, das 8h às 17h.

    Até então, a dose de reforço para a faixa etária estava disponível apenas para adolescentes imunossuprimidos. Segundo a prefeitura da capital paulista, até o momento foram aplicadas, entre este público, 4.520 doses de reforço.

    No público geral de 12 a 17 anos já foram aplicadas 978.330 primeiras doses e 876.506 segundas doses contra a Covid-19. As coberturas vacinais são de 115,9% e 103,8%, respectivamente, segundo a prefeitura.

    Uso de máscaras

    Com o crescimento no número de casos de Covid-19, também houve um aumento na procura por máscaras na última semana, de acordo com Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), entidade que representa fabricantes de máscaras de diversos tipos, luvas e álcool em gel. No entanto, o percentual ainda não foi mensurado.

    “Percebemos o aumento de consumo nas máscaras, mas nada igual ao que foi no início da pandemia. Acho que estamos atravessando uma fase de crescimento nos casos. Pode ser que dure durante duas ou três semanas, mas precisamos esperar e ver o que ocorrerá. As empresas, a princípio, estão com os estoques preparados para atender essa demanda e estamos considerando que vão ser ondas que vamos ter daqui pra frente”, diz o superintendente da Abimo.

    O médico Alberto Chebabo destaca que o uso de máscaras, acompanhado da vacinação, ajuda a evitar a disseminação da doença.

    “Sempre fizemos a recomendação do uso de máscaras, mesmo quando tiramos a obrigatoriedade. A máscara vai reduzir o risco de transmissão. Ela é uma proteção individual e coletiva. Claro que quando as pessoas não estão vendo o número de casos aumentarem, o uso tende a diminuir porque o risco de se infectar é baixo. Quando você começa a ver a volta da transmissão, as pessoas voltam a se proteger, por isso é importante o uso de máscara para diminuir esse aumento”, orienta o especialista.

    A avaliação é compartilhada pela diretora da SBIm. Mônica Levi destaca que a vacina não impede que a pessoa se contamine, mas auxilia para que a doença seja mais branda. “Estamos na guerra contra o vírus. Eles estão sendo mais rápidos que nós, então as nossas ferramentas para nos protegermos contra o coronavírus são o uso de máscara, álcool em gel e, principalmente, a vacinação”, frisa.

    Sob supervisão de Pauline Almeida, da CNN.

    Cuidados básicos ajudam a prevenir a Covid-19:

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