Adenovírus da Sputnik causa resfriado comum, sem maiores problemas, diz médico
Professor da faculdade de medicina da USP, Jorge Kalil, diz que, no entanto, é importante o esclarecimento da Rússia para que a Anvisa possa informar o Brasil
A Anvisa negou nesta semana a importação da Sputnik V por falta de dados técnicos. Segundo o professor titular de imunologia clínica da faculdade de Medicina da USP, Jorge Kalil, o adenovírus do tipo 5, replicante, que está gerando estes questionamentos, são capazes de gerar apenas resfriados comuns nas pessoas, sem grandes complicações.
“O adenovírus 5 causa no homem, normalmente, um resfriado comum. Então, não tem maior problema ter um pouco de adenovírus. Existem inúmeros estudos, quanto é que pode, quanto é que não pode, mas não traz problema nenhum.”
No entanto, ele ressalta que é importante que a Anvisa queira saber, por exemplo, quanto destes adenovírus estão na composição da vacina.
“A Anvisa tem razão em querer saber quantos têm e qual é o limite que será feito para que a gente não fique causando resfriado à toa ou para que a gente não fique causando algum outro problema qualquer.”
Jorge Kalil também diz que a vacina Sputinik V deverá ser adotada e será necessária no país para combater à pandemia. Ele espera que os russos dialoguem com a agência brasileira para chegar a uma resolução.
“Nós tivemos uma reunião nesta sexta-feira (30), de vários cientistas com a Anvisa, para tentar entender o que está se passando. A Anvisa mesmo que convocou. Seria muito interessante nós termos essa vacina russa, que promete ser muito boa, mas ela tem que esclarecer algumas coisas.”