Pesquisa aponta que açafrão pode ajudar no tratamento de indigestão
Pesquisa, publicada na segunda-feira (11) na revista médica BMJ, comparou como mais de 150 pessoas com indigestão responderam ao medicamento omeprazol, açafrão – que contém o composto curcumina – ou uma combinação dos dois


Uma boa opção que auxilia no tratamento da indigestão já pode estar na sua prateleira de temperos, de acordo com um novo estudo.
A pesquisa, publicada na segunda-feira (11) na revista médica BMJ, comparou como mais de 150 pessoas com dispepsia ou indigestão responderam ao medicamento omeprazol, açafrão – que contém o composto curcumina – ou uma combinação dos dois.
O omeprazol é um medicamento comum usado para tratar certos problemas cardíacos e de esôfago, reduzindo o ácido no estômago, de acordo com a Clínica Mayo.
Nos dias 28 e 56 de tratamento, as pessoas no estudo foram avaliadas quanto aos seus sintomas – que podem incluir dor de estômago, inchaço, náusea ou uma sensação precoce de saciedade – usando a Avaliação da Gravidade da Dispepsia, um questionário que avalia a gravidade da indigestão.
Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas nos sintomas dos grupos que tomaram o medicamento, açafrão ou a combinação dos dois, segundo o estudo.
“Além dos propósitos anti-inflamatórios e antioxidantes, a curcumina/cúrcuma pode ser uma opção para o tratamento da dispepsia com eficácia comparável ao omeprazol”, disse o autor principal do estudo, Dr. Krit Pongpirul, professor associado do departamento de medicina preventiva e social da Universidade Chulalongkorn, em Bangkok, Tailândia.
A cúrcuma tem sido usada por pessoas no Sudeste Asiático para tratar desconforto estomacal e outras condições inflamatórias, disse Pongpirul. Seu uso medicinal é centenário, segundo um estudo de 2017.
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Manteiga da Normandia: de R$ 319 a R$ 464/Kg
Apesar de não chegar nem perto do valor dos itens mais caros da lista, a manteiga produzida pelo Monsieur Jean-Yves Bordier chega a ser quase 10 vezes mais cara que os laticínios comuns vistos no mercado. Segundo dados do Procon, a manteiga mais barata no mercado custa R$48,25/kg. A manteiga Bordier leva 3 dias para ser produzida, o creme é maturado por 36 horas e ela é batida com pás de madeira até chegar na textura aerada e cremosa. • Divulgação
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Fugu: média de R$1,2 mil/Kg
O baiacu é um dos peixes mais caros do mundo. Devido ao veneno que essa espécie carrega, os poucos chefs que podem preparar o fugu tiveram de passar por um longo treinamento e licenciamento no Japão. Alguns cozinheiros usam pequenas quantidades de veneno em seus pratos para causar formigamento na boca de quem os consome. • Suguri F/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Kobe beef: R$2,2 mil/Kg
São condições muito específicas que definem a carne de um boi wagyu como legítimo kobe beef. Os animais que produzem esse estimado lombo bovino possuem uma predisposição genética a acumular gordura. A carne macia é resultado de um longo processo que envolve uma engorda minuciosa do animal e uma rotina com massagens e acupuntura. • Orlando G. Calvo/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Baunilha: média de R$2 mil/Kg
A extração da baunilha verdadeira envolve um processo complexo. Além do cultivo complexo das orquídeas, a iguaria é extraída após a secagem dos grãos da vagem. A baunilha passa por um processo de fermentação natural que escurece os grãos e concentra o perfume. Em Madagascar, onde são cultivadas as mais almejadas favas de baunilha, a disputa por terras onde se possa produzir a mercadoria é até causador de violência. No site Vanilla Brasil, a iguaria é encontrada por até R$6,5 mil o quilo. • B.navez/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Jamón Iberico de Bellota: R$ 2,5 mil/Kg
O mais caro dos presuntos Pata Negra Ibérico é o Jamón Iberico de Bellota. Esse tipo é feito com porcos alimentados exclusivamente com bolotas (uma noz típica de Portugal). A carne é envelhecida por pelo menos três anos e tem um sabor ligeiramente salgado, com notas adocicadas de nozes. O valor da peça deste presunto pode chegar a R$7,9 mil. • Evan/CC BY 2.0/https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/
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Ninho de pássaro: R$ 9,6 mil/Kg
Daqui pra frente, só pra cima, e sim, ninho de passarinho é uma iguaria mais cara que as trufas brasileiras. Muito apreciado na China, o prato teve o quilo registrado em US$2 mil em 2018. Sopas e sobremesas são os principais preparos envolvendo a iguaria feita a partir da saliva dos pássaros, que endurecida é rica em ferro, cálcio, magnésio e potássio. • Cegoh/Pixabay
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Café Kopi Luwak: R$ 14,7 mil/Kg
O café mais caro do mundo vem da Indonésia e é feito com fezes de civeta. O mamífero libera ácidos e enzimas sobre os grãos do café, que ao serem excretados, passaram por um processo de fermentação natural. O processo atribui ao sabor do café notas de frutas vermelhas, zero acidez e pouco amargor. Contudo, em 2013, uma investigação da BBC revelou que em algumas fazendas os animais são submetidos a maus tratos para aumentar a produtividade. • Wibowo Djatmiko/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Trufas Brancas de Alba: R$35,7 mil/Kg
4,5 vezes mais caras que as trufas Sapucay, as trufas brancas de Alba são as mais valiosas do mundo. São mais escassas e delicadas que outras espécies por não terem uma concha externa que as proteja de variações climáticas. Além disso, não podem ser cultivadas, elas crescem naturalmente entre as raízes de árvores específicas na região de Piemonte, no norte da Itália, e são necessários cães farejadores para encontrá-las. O maior valor já pago na iguaria foi de US$330 mil, em 2007 (R$706,2 mil na cotação da época), por uma trufa de 1,5 kg. • Getty Images
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Uvas Ruby Roman: R$42 mil
Em 2019, um cacho das uvas Ruby Roman foi vendido pela bagatela de 1,2 milhão de ienes (cerca de R$42 mil à época). Segundo apuração da CNN na época, é produzido sob controle um número seleto das frutas para manter altos os níveis de demanda e exclusividade. Valorizadas por aparência e sabor únicos, frutas diferentes são um bem de luxo importante no Japão e são compradas como presentes ou para fins promocionais. • Divulgação
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Açafrão: R$ 55 mil/kg
Diferentemente do açafrão-da-terra (a cúrcuma), o açafrão vermelho é difícil de ser produzido e por tanto muito valioso no mercado. O pistilo da flor do condimento, que só floresce durante poucas semanas do ano, é colhido à mão em regiões de clima Mediterrâneo. São necessárias 150 mil flores para produzir apenas 1 Kg de açafrão. • Rainer Zenz/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Melão Yubari: R$256 mil
Na abertura da temporada desses cobiçados melões japoneses, os dois primeiros frutos são vendidos em leilão para publicidade do comerciante. Em 2019, dois exemplares foram vendidos por cinco milhões de ienes (aproximadamente R$256 mil). Já em 2021, após a pandemia, exemplares semelhantes foram vendidos por “apenas” 2,7 milhões de ienes (aproximadamente R$133 mil). • Captain76
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Fungo caterpillar: R$ 480 mil/kg
Na imagem, vemos um exemplar do fungo caterpillar (à esquerda) crescendo na cabeça de uma lagarta. Nem a aparência e, segundo quem experimenta, o sabor deste alimento são agradáveis. Mas segundo a tradição chinesa, esse fungo parasitário (que é primo do parasita da série The Last of Us) é um ingrediente medicinal com capacidades de curar da impotência ao câncer, além de ser considerado um afrodisíaco. A espécie é endêmica da região do Himalaia, onde infecta mariposas que vivem entre 3000 e 5000 metros de altitude, quando estão na fase larval durante o verão. • L. Shyamal/CC BY-SA 3.0/http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
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Mel Centauri: de R$ 31,3 mil a R$ 5,3 milhão/kg
Colhido uma vez por ano, - para assegurar a sobrevivência das abelhas - o mel Centauri é obtido dentro de cavernas. Produzido em grutas localizadas no topo de montanhas turcas, esse mel é único em sabor e propriedades. As abelhas colhem o néctar das ervas medicinais plantadas ao redor das cavernas que habitam, assim produzindo essa iguaria de cor escura, sabor amargo e altas propriedades medicinais, já que é rica em magnésio, potássio, fenóis, flavonoides e antioxidantes. São seis variedades de mel, que se diferenciam pelos blends feitos, altitude da montanha e profundidade da caverna em que são colhidos. Os preços variam de US$6,5 mil a US$1,1 Milhão o quilo. • Reprodução/Instagram
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Atum bluefin: no Brasil, média de R$300 a R$400/kg
O diferencial do atum bluefin é a textura macia e a carne saborosa. Apesar do valor de mercado baixo, - comparado aos outros itens da lista - destacamos esse alimento pois no leilão de Ano Novo de 2023 do mercado de Toyosu, um exemplar de 212 Kg do peixe foi vendido por, aproximadamente, R$1,5 milhão (mais de R$7 mil/Kg). • Divulgação/Naga
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Caviar Ouro Branco (Strottarga Bianco): R$538 mil (a latinha com 32 gramas)
Numa lista sobre comidas caras, não poderia faltar o caviar. Especificamente o caviar Strottarga Bianco, ou Ouro Branco como é popularmente conhecido. As ovas desta variedade vem do esturjão albino siberiano, que demora anos até estar pronto para as por. Elas são desidratadas - o que faz com que 5 Kg de ovas renda 1 Kg do produto final - e então polvilhadas com ouro comestível de 22 quilates. O exemplar do Strottarga Bianco nunca foi vendido por valores milionários, mas a lata de caviar (que tem apenas 32 g) é vendida a 100 mil euros (R$538 mil), sangrando o alimento como o mais caro do mundo em 2018. • Divulgação
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Nos Estados Unidos, seu principal uso medicinal tem sido como suplemento dietético anti-inflamatório e antioxidante para aliviar a osteoartrite e a síndrome do intestino irritável, acrescentou.
Mas este é o primeiro ensaio clínico que compara diretamente a curcumina/cúrcuma ao omeprazol no tratamento da dispepsia, disse Pongpirul.
As principais perguntas sobre o impacto da cúrcuma
Faz sentido que a pesquisa investigue o impacto do açafrão na indigestão, porque seu composto curcumina foi estudado em uma ampla variedade de condições inflamatórias, incluindo doenças inflamatórias intestinais e artrite, disse o Dr. Yuying Luo, gastroenterologista e professor assistente de gastroenterologia no Icahn, Escola de Medicina do Monte Sinai, na cidade de Nova York.
Alguns estudos mostraram que a curcumina foi útil em conjunto com outros medicamentos, acrescentou ela.
Mas havia algumas dúvidas que Luo tinha sobre o novo estudo.
A escala que os pesquisadores usaram para medir os sintomas não é a mais comum usada para avaliar a melhora da indigestão, disse ela.
Luo também gostaria de ver quais seriam os resultados se os sintomas fossem medidos com mais frequência.
“Não creio que este estudo por si só seja suficiente para eu dizer: ‘Eu recomendo isto’”, disse ela. “Prossiga com cuidado.”
Mas como há muitas pesquisas em andamento investigando o impacto do composto em diferentes condições inflamatórias, mais informações podem estar disponíveis, acrescentou Luo.
“A curcumina não vai desaparecer”, disse ela. “Você deveria começar a tomar cúrcuma? Você deve aumentar o consumo do açafrão em sua dieta para uma melhor digestão? Fale primeiro com seu médico”, disse Luo.
“Houve alguns estudos de caso de curcumina e lesões hepáticas, e é importante garantir que a cúrcuma não interaja mal com nenhum dos outros medicamentos que você está tomando”, acrescentou ela.
Comida de larvas de mosca e insetos
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Pesquisadores da FZEA. Da esquerda para direita: professor Marco Antonio Trindade, Letícia Aline Gonçalves, Vanessa Aparecida Cruz e professora Alessandra Lopes de Oliveira. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Farinha desengordurada, pães e salsichas produzidas nos laboratórios da FZEA. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Salsichas produzidas em laboratório da FZEA. Da esquerda para direita: salsicha com 60% de carne bovina; com 5% de farinha de larva de mosca-soldado-negro; e com 10% da mesma farinha. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Pães com farinha desengordurada da larva de mosca-soldado-negra, produzidos em laboratório da FZEA. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Óleo da mosca-soldado-negra, obtido a partir da extração de dióxido de carbono em estado crítico (sc-CO2), pode ser usado na indústria de cosméticos. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Três estágios da mosca-soldado-negra. No alto, à esquerda, as larvas da mosca. Ao lado, a farinha antes da extração do óleo. Embaixo, a farinha já desengordurada com o dióxido de carbono em estado crítico. • Luiz Prado/USP/Divulgação
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Larvas da mosca-soldado-negra utilizadas nas pesquisas da FZEA. • Luiz Prado/USP/Divulgação
“Os consumidores devem estar cientes dos efeitos colaterais dos extratos de curcumina, como alergia e risco de sangramento, especialmente para aqueles que tomam medicamentos anticoagulantes ou antiplaquetários”, disse Pongpirul.
Dito isto, a curcumina e a cúrcuma são “geralmente consideradas seguras quando consumidas nas quantidades normalmente encontradas nos alimentos”, acrescentou.
Normalmente, os temperos de açafrão contêm 3% de curcumina, de acordo com um estudo de 2009.
A dose de 2 gramas dada neste estudo é relativamente baixa em comparação com extratos comumente encontrados em suplementos de curcumina, disse Pongpirul.
Pode não ser necessário tomar açafrão e omeprazol juntos se apenas um ou o outro funcionar de forma semelhante para reduzir o risco de efeitos colaterais, disse ele.
Embora ela precise ver mais estudos antes de começar a recomendar açafrão como tratamento, Luo disse que acha que faz sentido conversar com seu médico sobre se você deve experimentá-lo além de seus medicamentos.
Ela acrescenta, no entanto, que as pessoas que tentam essas alternativas devem dar-lhes duas a quatro semanas para ver qual é o impacto total.
“Se for útil, é maravilhoso”, acrescentou Luo. “Se não, essa é a parte difícil do tratamento de doenças, nem todos os pacientes são iguais e têm a mesma resposta à medicação.”