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    Abaixo dos 80 anos todas as vacinas têm resposta imune estável, diz pesquisador

    À CNN, coordenador de novo estudo da Fiocruz explica que queda da resposta imune é mais marcante a partir de 90 anos

    Pauline Almeidada CNN no Rio de Janeiro

    Um estudo com 75,9 milhões de brasileiros vacinados confirma que o fator idade influencia na eficácia dos imunizantes Astrazeneca e Coronavac. A pesquisa indica que a proteção contra a Covid-19 é menor na população a partir de 80 anos. No entanto, para pessoas abaixo desta idade, qualquer uma das vacinas apresentam alta capacidade de proteção e de longa duração da resposta imunológica. A análise foi coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral-Neto, entre 18 de janeiro e 24 de julho deste ano.

    “Até aos 79 anos praticamente todo mundo está protegido com as vacinas e mantém essa proteção. A partir de 80 começa a baixar um pouco e o ponto acima de 90 é a população em que a queda é mais marcante. Então, é uma decisão acertada dar uma dose adicional porque esses indivíduos já estão com uma queda na proteção que a vacina confere”, diz Barral-Neto à CNN.

    Manoel Barral-Neto diz que embora não haja dados robustos para confirmar que se deve fazer a dose extra com a AstraZeneca ou a Pfizer, é provável que a combinação de imunizantes seja benéfica para a população mais idosa. “Na ausência de uma evidência, já tendo combinações testadas em um grande número de pessoas, a gente deve ir pela plausibilidade de que aquelas vacinas que têm induzido uma resposta mais potente e duradoura seriam mais adequadas principalmente para essa faixa de mais idosos porque induziriam resposta imune mais potente.”

    O pesquisador explica que as variáveis analisadas, a partir de um banco de dados enviado pelo Ministério da Saúde, foram: proteção contra infecção, contra hospitalização, contra necessidade de UTI e contra óbito. “Em geral, a Coronavac está em uma faixa de 75% de proteção até perto de 80 anos, e a AstraZeneca está numa faixa mais perto de 90%. Nas faixas etárias menores, [a AstraZeneca está] perto de 95%. Há uma diferença entre as vacinas, mas mesmo a Coronavac tem uma faixa de proteção bastante satisfatória. O problema é a partir de 80 anos, quando a Coronavac já cai para a faixa de 60% de proteção, enquanto a AstraZeneca mantém perto de 90%. Em 90 anos, a AstraZeneca cai para 60% e a Coronavac cai mais ainda”, detalha Manoel.