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    ‘A impressão clínica é de uma cepa de maior gravidade’, diz médica

    A cardiologista defendeu a necessidade de reduzir a circulação de pessoas nas ruas

    Produzido por Renata Souza, da CNN, em São Paulo

     

    O Brasil vive um ano de pandemia de Covid-19 desde o primeiro caso confirmado em 26 de fevereiro de 2020. Em entrevista para a CNN neste sábado (27), Ludhmila Hajjar, cardiologista e intensivista, professora da USP e diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, falou sobre a dificuldade de conter a transmissão das novas variantes e a percepção clínica de que as mutações possam ser mais agressivas.

    “O que nós já sabemos é que elas são mais transmissíveis e, possivelmente, elas devam ser mais graves”, afirma. 

    “Nós falávamos, no início da pandemia, que nós tínhamos um tempo médio de um paciente que ficava na UTI em torno de 10 a 14 dias. Esse número, hoje, é mais próximo de 20 do que de 10. Nós temos recebido pacientes mais jovens e mais graves. Então, a impressão clínica é de uma cepa de maior gravidade, mas isso tudo hoje é fruto de estudo e observação no mundo todo”, complementa.

    A cardiologista defendeu a necessidade de reduzir a circulação de pessoas nas ruas. Nesta semana, oito estados impuseram o toque de recolher e o Distrito Federal decretou lockdown. 

    “Infelizmente, nas últimas semanas, nós estamos vivendo uma universalização destes números crescentes e acelerados, mas, às vezes, o lockdown vai ser necessário e já se faz necessário em alguns estados para que a gente contenha uma disseminação desenfreada que pode levar a um número absurdo de morte”, diz.

     

    A médica e professora da USP alertou que é preciso que o controle da pandemia seja regionalizado e coerente com a situação de cada município e estado, já que medidas restritivas fazem com que outras vulnerabilidades do Brasil se tornem ainda mais sensíveis.

    “É claro que o ideal seria que nós pudéssemos ter um controle sócio-econômico adequado para que em algum momento, como agora, em alguns estados e municípios, nós conseguíssemos reduzir drasticamente a circulação das pessoas. Mas existem realmente as outras necessidades. A questão sócio-econômica, a fome que muitas vezes, infelizmente, hoje está vivendo. Nós temos que tentar um equilíbrio, e esse equilíbrio tem que ser regionalizado em um país tão imenso quanto o Brasil”, observa.

    Ludhmila Hajjar, cardiologista e intensivista, professora da USP
    Ludhmila Hajjar, cardiologista e intensivista, professora da USP e diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia
    Foto: Reprodução / CNN

    (Publicado por Thâmara Kaoru)

     

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