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    À deriva no mar: quanto tempo o corpo resiste sem água e comida?

    Homem foi encontrado vivo, a aproximadamente 113 km a noroeste do estado de Washington, quase duas semanas após ter desaparecido

    Guilherme Gamada CNN* , em São Paulo

    Na última semana, um dos dois homens desaparecidos no mar foi encontrado vivo, a aproximadamente 113 km a noroeste do estado de Washington, em um bote salva-vidas por um barco de pesca canadense.

    “O fato de ele ter estado neste bote salva-vidas por vários dias, e ainda manter a esperança, e ter sido finalmente encontrado por um barco de pesca mais ou menos aleatório foi incrível e simplesmente milagroso”, disse o porta-voz da Guarda Costeira dos EUA, suboficial Steve Strohmaier à CNN.

    O navio Evening de 13 metros, com os dois homens a bordo, partiu no dia 12 de outubro e supostamente pretendia retornar em 15 de outubro. O homem foi encontrado na última quinta-feira (26) e o incidente continua sob investigação, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

    Por ter ficado quase duas semanas desaparecido, os especialistas ouvidos pela CNN acreditam que o homem pode ter estado sem se alimentar, mas não seria encontrado vivo sem beber água.

    Sem comer

    O corpo humano pode resistir a semanas sem ingerir nenhum alimento. O tempo máximo de jejum que o organismo consegue suportar depende principalmente da quantidade de gordura armazenada e dos músculos do indivíduo.

    De acordo com a nutricionista Patrícia Alves Soares Lara, especialista em bioquímica celular, nas primeiras horas, usamos o glicogênio — um carboidrato armazenado nos músculos e no fígado — para manter as funções vitais.

    “Depois que esse estoque se esgota, nosso corpo passa a utilizar a gordura como fonte alternativa de energia”, afirma. Essa é uma reserva mais vantajosa: quando convertida em calorias, representa mais que o dobro do que com a conversão do glicogênio.

    Esgotados os estoques de gordura, resta ao organismo usar as estruturas proteicas. Os especialistas explicam que, de modo emergencial, passamos a consumir as proteínas dos músculos e inclusive dos órgãos, como intestino e pulmões.

    A degradação dos músculos é tão grave que pode levar ao consumo do diafragma — músculo responsável pela respiração.

    Sem água

    De um batimento do coração até uma sinapse do cérebro, a água é essencial. Por essa razão, a desidratação extrema é o maior fator de risco em situações de naufrágio.

    Diferente das reservas energéticas, a água no nosso corpo é armazenada no interior das células e no plasma sanguíneo. De acordo com o doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo) Gabriel Silveira Franco, sem água, um homem saudável sobrevive por no máximo quatro dias.

    Em situações de naufrágio, apesar da vastidão do oceano, a água do mar não é uma opção. Por conter altas concentrações de cloreto de sódio, sal de cozinha, a ingestão leva à perda de água das células, levando a mais desidratação.

    Os especialistas divergem sobre consumir a própria urina em situações extremas: o dilema fica entre a tentativa de reabsorver água descarada e o risco de contaminação microbiológica por bactérias, além da chance de intoxicação pelos compostos presente no líquido eliminado no corpo.

     

    *Com informações da CNN Internacional

    (*Sob Supervisão de Márcia Barros)

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