A conexão inesperada entre vacinação e Mary Poppins
“Só um pouco de açúcar faz qualquer remédio ser bem gostoso de tomar”
“Só um pouco de açúcar faz qualquer remédio ser bem gostoso de tomar”.
A icônica letra da música do filme “Mary Poppins”, lançado pela Disney em 1964, é uma lição de como tornar as tarefas mundanas ou assustadoras mais agradáveis.
A ideia da música veio de uma conversa que o compositor teve com seu filho sobre a vacina contra poliomielite – e o filho do compositor está usando essa joia da história da música do cinema para enfatizar a importância de confiar nos médicos durante a pandemia do novo coronavírus.
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Jeff Sherman, cujo pai Robert Sherman é metade da famosa dupla de compositores Sherman Brothers, contou a história por trás da canção “A Spoonful of Sugar” (“Um pouco de açúcar” na versão brasileira) em uma recente postagem no Facebook que desde então tem sido amplamente compartilhada.
Sherman não respondeu a um pedido de entrevista da CNN. Mas, em sua postagem, ele escreveu sobre ser “conhecido por rejeitar as doses de reforço no consultório do meu médico e fugir” quando criança. Ele se lembra de ter recebido a vacina oral contra a poliomielite na escola quando pequeno. Ao voltar para casa naquela tarde, contou a seu pai sobre seu dia.
“Não doeu?”, Robert Sherman perguntou a seu filho.
“Eu falei para ele que tinham colocado [a vacina] em um cubo de açúcar e eu simplesmente comi”, escreveu Sherman. “Ele me encarou, depois foi ao telefone e ligou para meu tio Dick”.
Sem o conhecimento de Sherman na época, seu pai e seu tio Richard Sherman estavam no processo de composição da música para o filme “Mary Poppins” – e estavam com dificuldade para criar uma nova canção. Uma canção que escreveram chamada “Through the Eyes of Love” foi rejeitada, e Walt Disney pediu à dupla que lhe desse algo mais gostoso de cantar.
A conversa de Robert Sherman com seu filho finalmente deu a ele o slogan cativante que ele e seu irmão precisavam: uma colher de açúcar (faz qualquer remédio ser bem gostoso de tomar).
E assim nasceu a música amada até hoje por gerações de crianças.
O próprio Robert Sherman escreveu sobre o mesmo momento em sua autobiografia “Moose: Chapters from My Life”.
A vacina oral contra a poliomielite que Jeff Sherman recebeu foi disponibilizada comercialmente em 1961. Ela substituiu uma versão injetável anterior que exigia várias injeções e, por causa da má supervisão, levou a alguns casos de paralisia.
Sua história ilustra quão difundidas foram as campanhas para administrar a vacinação contra a poliomielite na década de 1960, e como essas vacinas ajudaram a erradicar a doença em 1979.
Jeff Sherman conectou a história à desinformação e desconfiança sobre as vacinas na atual pandemia.
“Digo para qualquer pessoa que conheço aqui no Facebook: confie nos médicos”, escreveu ele. “Quando a vacina para a Covid for lançada, tome. Somos todos codependentes uns dos outros nesta pandemia. Confie na ciência e nos médicos e epidemiologistas”.
Ele continuou: “Somos um mundo pequeno e venceremos esse inimigo se ouvirmos aqueles que sabem. Fique em segurança. Use uma máscara. Seja gentil, atencioso e atencioso com seus semelhantes. Vamos vencer isso”.
(Texto traduzido, leia original em inglês)