À CNN, Queiroga confirma ida à Câmara e diz que oferta de medicamentos está “equilibrada”
Ministro da Saúde afirma que “alguns medicamentos não são da competência do Ministério da Saúde”, mas que pasta está trabalhando para “atenuar” o problema
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (19), em entrevista à CNN, que a oferta de medicamentos no país está equilibrada, e que foram identificados problemas pontuais de demora na entrega destes produtos. Ainda segundo Queiroga, algumas questões não são exclusivas do governo federal.
“Alguns medicamentos não são da competência do Ministério da Saúde adquirir. Mesmo assim, o governo, através de políticas públicas, procura atenuar o problema”, pontuou.
“É por isso que defendemos o fortalecimento dos complexos industriais de saúde a nível mundial. Há também medicações excepcionais, do chamado componente especializado, da atenção especializada à saúde que é de responsabilidade do Ministério. Para se ter uma ideia, no componente básico da assistência farmacêutica, o Ministério da Saúde coloca mais se seis reais por pessoa, para que os municípios possam adquirir seus medicamentos, enquanto os municípios e os estados colocam menos de três reais por indivíduo. Então o governo faz a sua parte”, acrescentou.
O posicionamento do chefe da pasta acontece no momento em que alguns municípios e estados relatam falta de medicamentos básicos. Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a dipirona monoidratada 500mg injetável está em falta em todos os estados.
No Rio de Janeiro, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde chegou a emitir um alerta sobre a dificuldade em adquirir vários itens.
“A rede hospitalar já contabiliza, em muitas cidades, a ausência de até 134 itens como, por exemplo, o micofenolato, que previne rejeição em transplante de órgãos; a alfaepoetina, que combate anemia; e o ribavirina, empregado contra a hepatite C”, divulgou o órgão.
“Mais recentemente, foi a vez das farmácias do setor privado denunciarem faltas como antibióticos, medicamentos usados, por exemplo, para tratar pneumonia, otite e amigdalite”, acrescentou o alerta.
Ainda sobre o tema, Marcelo Queiroga disse que a relação com a indústria farmacêutica é baseada na demanda nacional para evitar gastos excessivos.
“Lembrar que a indústria visa lucro, então temos que ter controle muito fino dessa relação, porque se nós liberamos tudo já sabe o que acontece, né”, concluiu o ministro.
Convocação para esclarecimentos à Câmara
Nesta quarta-feira (18), a Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro da Saúde para prestar esclarecimentos sobre a falta de medicamentos em unidades de saúde do país.
À CNN, Marcelo Queiroga afirmou que tem uma relação cordial com o Parlamento nacional e que vai comparecer para tirar possíveis dúvidas dos deputados.
“Sempre dialogamos com todos os poderes, não só com a Câmara dos Deputados, mas com o Senado, com o poder judiciário, não há problema nenhum”, respondeu.