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    75% das gestantes temem contágio por Covid-19 em hospitais, diz estudo

    Realização de exames indispensáveis, tanto para as mães, quanto para os bebês, como o pré-natal, diminuíram sensivelmente

    Isabella Faria e Thiago Felix, da CNN, em São Paulo

    Dar à luz já é um momento intenso na vida de qualquer um, mas dar à luz em meio a uma pandemia, de fato, supera qualquer emoção.

    “A Flora nasceu no meio desse caos e demorou bastante para cair a ficha”, diz Lorraine Mameli, gestora que deu à luz em abril, “tivemos que cancelar o chá de bebê e o baque foi grande. Mas agora está tudo bem, passamos, inclusive, muito tempo juntas”.

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    Outra mãe de primeira viagem, Helen Ciqueira, estudante, compartilhou suas aflições do pré-parto. Segundo ela, seu maior medo era se contaminar: “A gente fica preocupada porque damos à luz em um hospital que recebe pessoas doentes a todo momento, inclusive aquelas que  fazem os testes que detectam covid-19”, diz.

    Já a mãe de segunda viagem e influenciadora digital, Carol Heinrichs disse que teve uma experiência bem diferente da primeira gravidez: “Meu segundo filho nasceu em junho, então não tivemos uma festa, uma comemoração com familiares como da primeira vez”, diz, “ainda estamos em isolamento social e sem receber visitas justamente por medo de contaminação”, diz.

    Uma pesquisa realizada com mais de 1.500 ginecologistas-obstetras e pediatras pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destaca que por medo da contaminação, a realização de exames indispensáveis, tanto para as mães, quanto para os bebês, como o pré-natal, diminuíram sensivelmente durante a pandemia da Covid-19. 

    Cerca de 52% dos médicos entrevistados dizem que a primeira consulta do pré-natal de suas pacientes gestantes foi atrasada e 11% disseram que as futuras mães nem sequer foram aos consultórios com medo de se contaminarem. Ainda segundo a pesquisa, 85% dos profissionais de saúde disseram que as gestantes não encontram dificuldades no processo de internação hospitalar para o parto, mas 11% se preocupa com a estrutura hospitalar e segurança da maternidade.

    Com roupa de hospital, mulher na reta final da gravidez coloca a mão na barriga
    Com roupa de hospital, mulher na reta final da gravidez coloca a mão na barriga
    Foto: CNN (19.ago.2020)

    Alternativas

    Percebendo as angústias e aflições das futuras mães, hospitais da capital paulista já começaram a tomar providências para deixar a gestante mais tranquilo durante o pré e pós-parto. O Hospital São Luiz, por exemplo, realiza teste que detectam a Covid-19 em todas as pessoas que estarão na sala de cirurgia: “Nós testamos a gestante, o acompanhante e a equipe que estará no quarto, tudo isso uma semana antes do parto; justamente para não haver supresas.”, diz Márcia Maria da Costa, diretora da maternidade São Luiz Itaim.

    E para conter os ânimos dos familiares e amigos que, praticando o isolamento social, não podem ir até o hospital ver o bebê, a ferramenta BabyWeb, criada em 2010, foi aperfeiçoada para esse momento de pandemia. “É uma tecnologia que funciona como uma live do pós-parto; os primeiros momentos do bebê são transmitidos ao vivo a familiares e amigos que, através de uma senha de acesso, conseguem ver as imagens”, diz Márcia.

    Para ela, a tecnologia tranquilizou as gestantes, facilitando essa comunicação médico e paciente. “Para evitar que a mãe venha até o hospital conhecer as instalações, enviamos um tour virtual por e-mail, e assim, ela pode saber como todos os serviços funcionam sem se arriscar ou arriscar o bebê”, diz.

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