22 mil bebês morrem no Brasil no primeiro ano de vida; veja quais cuidados tomar
Duas a cara três mortes podem ser evitadas com cuidados simples
No Brasil, cerca de 22 mil bebês morrem anualmente antes ou até completarem um ano de vida. Isso representa uma taxa de 11,8 mortes a cada mil nascimentos. Em países desenvolvidos, esse número é menor — a cada mil bebês, há duas mortes.
Segundo dados do Observatório de Saúde da Infância, duas a cada três mortes nesta faixa etária podem ser evitadas.
No quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes disse que há muito trabalho pela frente para reverter esse número e aponta o que deve ser feito.
“Durante todo desenvolvimento uterino, muitas coisas podem ser feitas. Quando a criança nasce, ela depende dos cuidados da própria família, mas já existem avanços na medicina que podem mudar esse número”, disse o médico.
Cuidados que podem evitar mortes de bebês
Gomes explica que esses números podem mudar ainda no pré-natal. “É o momento em que algumas intervenções podem ser feitas, diagnósticos podem ser feitos, e é possível interfirir na mortalidade e até na prematuridade”, afirma.
O médico cita a amamentação e alimentação adequada como fatores importantes para garantir a saúde. “Se não há alimentação adequada, vão faltar nutrientes para a criança”, disse.
O leite materno, segundo o especialista, é a única alimentação que a criança deve receber até os seis meses de vida. De acordo com Gomes, “essa é uma forma de prevenção de doenças infecciosas. Durante a amamentação, anticorpos são transferidos para o bebê”.
Para o especialista explica que, nem sempre a criança vai adquirir imunidade apenas pela alimentação e leite e por isso se faz necessário a adesão às vacinas. “Nós precisamos induzir o fortalecimento da nossa imunidade”, afirma.
Gomes afirma que o dianóstico de doenças no pré-natal diminui a chances de um desfecho negativo. “Há doenças muito simples que podem levar crianças ao óbito, como desnutrição, diarreia, infecções como pneumonia. Coisas que se forem prontamente diagnosticadas, esse número [de óbitos em bebês] pode ser reduzido”, disse.
No início de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou diretrizes para mulheres e recém-nascidos, que consideram as seis primeiras semanas após o parto.
Segundo a OMS, esse período é crucial para a construção de vínculos e de comportamentos que afetam o desenvolvimento e a saúde infantil a longo prazo.
*Com informações de Lucas Rocha, da CNN