Zema à CNN sobre dívida de MG: “É antiga, mas tomou proporção impagável”
Governador afirma que correção da dívida de R$ 160 bilhões com IPCA mais 4% é inviável e pede solução semelhante à recuperação judicial de empresas privadas
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu um tratamento especial para a dívida do estado, que ele classifica como ‘impagável’. Em entrevista à CNN Brasil, Zema explicou a origem e a evolução do débito, que hoje chega a cerca de R$ 160 bilhões.
Segundo o governador, a dívida tem mais de 30 anos e sua origem remonta à liquidação de bancos estatais na década de 1990. “De lá para cá, o estado pagou boa parte dessa dívida, mas a correção dela é que tem causado problema, porque ela tem uma correção hoje de inflação mais 4%”, afirmou Zema.
O chefe do executivo mineiro argumentou que essa correção só seria viável se a economia brasileira crescesse consistentemente acima de 4% ao ano, o que não tem ocorrido. Como resultado, a dívida “tomou uma proporção com relação ao tamanho da economia de Minas, que se tornou impagável.”
Problema compartilhado por outros estados
Zema ressaltou que o problema não é exclusivo de Minas Gerais, citando Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás como estados que enfrentam situações similares. Ele destacou a importância econômica desses estados para o país: “São estados importantes, estados que ajudam o Brasil a exportar, que têm uma balança comercial muito positiva, que contribuem com a arrecadação federal”.
O governador defendeu uma solução semelhante à recuperação judicial aplicada a empresas privadas. “O governo federal hoje, quando lança um refis para o setor privado, ele dá desconto, ele dá prazo, por que não pode fazer isso também com os estados?”, questionou.
Zema disse ter herdado essa dívida de gestões anteriores e afirmou que, durante seu governo, o estado não teve acesso a novas linhas de crédito. Ele argumentou que, sem um tratamento diferenciado para essa dívida, estados como Minas Gerais enfrentarão sérias dificuldades para manter sua infraestrutura e competitividade econômica.
“O que nós queremos é um estado produtivo para ajudar o Brasil”, concluiu Zema, defendendo a necessidade de encontrar um caminho viável para equacionar a dívida sem comprometer o desenvolvimento econômico do estado e do país.