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    Youssef deixa prisão após Justiça mandar soltar doleiro pela segunda vez no mesmo dia

    Condenado a mais de 100 anos de prisão, doleiro tem acordo de delação premiada; juiz havia dito que pontos não estavam sendo cumpridos

    Doleiro Alberto Youssef durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão
    Doleiro Alberto Youssef durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão Valter Campanato/Agência Brasil

    Da CNN

    O doleiro Alberto Youssef deixou a prisão nesta terça-feira (21), após uma segunda decisão para sua soltura no mesmo dia. Ele havia sido preso nesta segunda-feira (20), por determinação do juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

    Nesta terça, o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), concedeu uma liminar para que o doleiro fosse liberado. Porém, logo em seguida, Appio expediu um novo pedido de prisão preventiva.

    Pouco tempo após essa decisão, Malucelli determinou pela segunda vez que Youssef fosse solto, o que ocorreu definitivamente à noite.

    Na argumentação para a primeira decisão para prendê-lo, o Appio defendeu que Youssef “foi um verdadeiro arquiteto de diversas organizações criminosas ao longo dos últimos vinte anos, sendo certo que a sua multirreincidência revela sua incompatibilidade com o regime de liberdade provisória sem condições”.

    Além disso, destacou que o doleiro, que tem acordo de delação premiada firmado, teria mudado de endereço sem comunicar a Justiça previamente e que a atual condição de plena liberdade contribuiu para a sensação de impunidade nos seus casos.

    O magistrado também destacou que a medida visava garantir a ordem, visto que ele tem elevada periculosidade social por ser reincidente em crimes de colarinho branco e lavagem de dinheiro. Assim, não falou contra a validade do acordo de delação premiada firmado, mas do “âmbito de sua abrangência”.

    Na última decisão para soltura de Youssef, o desembargador Malucelli entendeu que “inexiste alteração fática ou documento novo juntado que justifique a mudança de entendimento exarada em decisão que havia dado às 15h”, de acordo com o TRF-4.

    “Nesse contexto, revela-se ilegal a decretação da prisão preventiva de ofício”, concluiu.

    Entenda as condenações

    Youssef foi condenado na Operação Lava Jato a mais de 100 anos de prisão em vários processos, considerado peça-chave na revelação do esquema de corrupção na Petrobras.

    Porém, como assinou acordo de delação premiada, ficou apenas três anos preso, entre 2014 e 2017. Posteriormente, passou para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

    Ele também esteve envolvido no caso Banestado, que investigou o envio ilegal de dinheiro para o exterior por meio do Banco do Estado do Paraná. Foi preso à época, assinou o primeiro acordo de colaboração da história brasileira e tinha se comprometido a não praticar novos crimes.

    *com informações da Agência Brasil, Douglas Porto, Layane Serrano e Manoela Carlucci, da CNN

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN