Weintraub sugere mandar prender ministros do STF em vídeo de reunião ministerial
Ele também diz odiar as expressões 'povos indígenas' e que 'o Brasil tem apenas um povo'; ministro Celso de Mello já disse que é possível crime contra a honra
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, sugeriu mandar prender os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) durante a reunião ministerial de 22 de abril.
“Eu percebo que tem muita gente com agenda própria. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, diz.
Ele também chama Brasília de porcaria e cancro. “Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília e Brasília é muito pior do que eu podia imaginar”, completa.
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Weintraub também critica o governo por negociar com partidos de oposição. “A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar”, declarou. “[O partido comunista] tá querendo transformar a gente numa colônia”.
O ministro também diz ter ojeriza às expressão ‘povos indígenas’. “Odeio o termo “povos indígenas”, odeio esse termo. O “povo cigano”. Só tem um povo nesse país”, declara. “É povo brasileiro, só tem um povo. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios”.
Decisão do STF
No texto em que decide pela liberação integral, o relator do caso, o ministro do STF, Celso de Mello, diz que há na gravação “descoberta de possível crime contra a honra dos ministros do Supremo”.
“Constatei, casualmente, a ocorrência de aparente prática criminosa, que teria sido cometida pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub”, escreveu. Ele classifica a declaração do ministro como “gravíssima” e que, além de ter “destacado grau de incivilidade e inaceitável grosseria”, pode configurar crime contra a honra, como o de injúria.