Waack: Questão do público em cultos religiosos está ligada à sucessão no Supremo
Tanto o chefe da AGU, André Mendonça, quanto o da PGR, Augusto Aras, acreditam que caso pode influenciar indicação do presidente para próxima cadeira do STF
No quadro CNN Poder desta terça-feira (6), na CNN Rádio, William Waack analisa a questão sobre a liberação ou não de celebrações religiosas com público durante a pandemia de Covid-19 e explica como essa questão está diretamente ligada à escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não estou muito preocupado com esse debate sobre proibir as pessoas de irem a templos, igrejas, salas de cultos, como quiserem chamar, se isso aí é um atentado à liberdade religiosa. Evidentemente que não, vamos deixar essa discussão de lado”, disse Waack.
Para ele, o que está como pano de fundo dessa discussão é outra coisa: a disputa por uma vaga no STF.
“É o seguinte: caberá a movimentos religiosos importantes de tendência evangélica, ao que tudo indica, o apontamento do próximo ministro no Supremo – e a vaga abre logo”, continuou Waack.
Ele afirmou que disputam essa preferência o atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, e o atual chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras.
“Eles estão fazendo de tudo para agradar aos movimentos evangélicos para conseguir uma vaga no Supremo. E eles acham que abrindo a possibilidade de que pessoas se aglomerem em templos, igrejas, salas do cultos ou o que for, conseguirão agradar essas forças políticas que, então, soprarão no ouvido de Jair Bolsonaro (sem partido) o nome de um deles”, explicou Waack.
“Não tem nada a ver com confissão, com liberdade religiosa, discussão de princípio. É simplesmente sobre quem consegue um emprego vitalício no Supremo.”