Waack: Lula, o árbitro geral de tudo
Presidente bateu o martelo sobre a taxa de juros do empréstimo consignado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bateu o martelo e decidiu qual será o teto da taxa de juros. Não os juros da Selic, mas do empréstimo consignado.
Árbitro geral de tudo, ele foi chamado a apitar sobre os valores de juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após uma monumental barbeiragem do próprio governo, que tentou baixar a cobrança e conseguiu somente que os bancos interrompessem a oferta dessa modalidade de crédito.
O motivo era simples: a taxa desejada pelo governo tornaria o negócio inviável.
Pode-se discutir se a cobrança dos bancos é excessiva ou se a colaboração é mínima quando se trata de um empréstimo como o consignado, que parece oferecer sólidas garantias, mas a questão é outra.
É necessário que o chefe de governo e Estado, o presidente da República, arbitre em questões como essas? Lula acha que sim, e fixou a taxa em 1,97%. Por que não 1,98% ou 99%?
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) diz que a operação continua sendo inviável, e que cada banco faça o que quiser, não importa o que diga o presidente.
Quanto à outra taxa, mais importante – a da Selic- , o Banco Central mandou dizer que a queda dos juros exige paciência e serenidade. E não será por decreto.