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    Waack: Governo Lula faz dois gols contra num dia só

    Apostou em medidas improdutivas, controversas, mal articuladas e que contrariavam o senso comum

    William Waack

    O governo Lula 3 só pode culpar a si mesmo pelos dois duros reveses que sofreu nesta terça-feira (11). Apostou em medidas improdutivas, controversas, mal articuladas e que contrariavam o senso comum.

    Resultado: foi obrigado a anular o leilão para importação de arroz – uma medida eleitoreira que prejudica os produtores e está sob suspeita de fraude.

    Foi obrigado a engolir, pelo Congresso, a devolução de parte da medida provisória que mexia nas regras do sistema tributário. Medida que prejudicava as empresas e foi repudiada por rara unanimidade entre setores da economia.

    Como explicar esse tipo de ação política que produz um gol contra atrás do outro? No caso do arroz, foi a busca da popularidade do presidente a qualquer custo. No caso da mexida nos impostos, foi a busca de receita para sustentar a expansão de gastos públicos.

    Neste caso, a questão é muito mais abrangente, mas o governo não tem sabido lidar com ela. O Brasil vive há décadas graves distorções causadas por benefícios e renúncias fiscais. Com o tempo, a situação só se agravou e está piorando rapidamente.

    Essas distorções aumentam o problema fiscal, pioram a questão tributária, tornam mais difícil controlar a dívida e baixar os juros. Mas as respostas políticas de Lula no caso do arroz e no caso dos impostos exibem o mesmo padrão de comportamento: improvisação, falta de coordenação, visão de curtíssimo prazo e dificuldade em entender o que está de fato acontecendo.

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