Waack: É injusto dizer que Lula não esclareceu os rumos que pretende seguir
Se esses são os rumos, trata-se de retrocesso histórico que se pretende alcançar por meio de obra conjunta com o centrão
É injusto dizer que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não esclareceu os rumos que pretende seguir em seu governo, sobretudo em matéria de economia. É injusta a afirmação pois pelo menos dois fatos são muito eloquentes quanto aos rumos pretendidos.
O primeiro é o empenho pela aprovação de uma licença para gastar sem ter de dizer de onde virá o dinheiro para financiar. O segundo é mudar uma lei que protegia estatais das nomeações de políticos, para voltar a nomear políticos e distribuir cargos nas estatais.
Gastar sem ter fundos e lotear estatais lembram um passado recente de resultados desastrosos. O descontrole fiscal levou à pior recessão da nossa história recente. O loteamento político de uma estatal como a Petrobras levou ao maior escândalo de corrupção e prejuízo da empresa.
Se esses são os rumos, trata-se de retrocesso histórico que se pretende alcançar através de obra conjunta com o centrão. Que está feliz com um governo que promete começar com uma acelerada de arrumação, e não a tradicional freada de arrumação. E quem é o formulador desses rumos?
As escolhas até aqui para os postos chave no ministério sugerem que o formulador é o próprio Lula, que ainda não parece ter montado a tal da frente ampla. Enquanto Lula parece se sentir na situação de ter força ampla para seguir em frente.