
Waack: Até onde o Legislativo acompanha Bolsonaro na campanha contra os tribunais?
Supremo parece ter perdido a capacidade de articulação com o mundo político

Até onde o Legislativo acompanha Jair Bolsonaro na campanha dele contra os tribunais superiores?
Do ponto de vista político, o Supremo está isolado.
Bolsonaristas conseguiram transformar em vítima um deputado condenado à cadeia pelo STF, e juntaram-se no ataque ao Supremo com outros parlamentares que têm, digamos, contas penduradas no Judiciário.
No meio dessa situação, o Supremo parece ter perdido a capacidade de articulação com o mundo político, e teve de cobrar hoje dos presidentes das casas legislativas o repúdio aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Há dois motivos que ajudam a entender como o Legislativo assiste, em parte até comemora, o empenho de Bolsonaro em desmoralizar a corte suprema.
Arthur Lira é quase um chefe de governo, com o poder de grana que tem hoje sentado em cima do orçamento secreto e as emendas do relator, uns R$ 40 bilhões para distribuir.
E Rodrigo Pacheco aumentou seu poder através das nomeações de diretores das agências reguladoras, nomes que têm de passar pelo Senado.
Um integrante do Supremo descreveu assim como foi se formando o atual isolamento do STF: se juntaram contra nós urubu com cobra.