Voto nominal dificulta apoio de senadores à taxação de importados
Se votação for nominal, o voto de cada senador será conhecido; governo deve apresentar destaque para reinserir cobrança
Senadores estão preocupados com a possibilidade de que a votação da taxação de compras internacionais de até U$ 50 dólares seja nominal, isto é, com a identificação de como cada um vota. Com isso, até mesmo integrantes da base aliada não garantem apoio à medida.
O relator, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), defendeu a estratégia e ganha endosso da oposição no Senado, que já se manifestou contra a taxação. Após ele ter retirado a cobrança do texto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que um destaque deve ser apresentado para reinserir a taxação de 20%.
Parlamentares afirmam que, como não há acordo, é preciso partir para o voto e que qualquer cenário vai depender da temperatura de momento do plenário. A votação é aguardada para esta quarta-feira (05) e a aprovação da taxação não é dada como certa.
O próprio relator também não quis puxar para si a impopularidade de relatar o assunto. O combinado que ele tinha com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), era para relatar o projeto de lei do Mover, de incentivos à indústria automobilística.
Isso porque Cunha é presidente da Frente Parlamentar Mista pela Eletromobilidade e tem afinidade com o tema centra da proposta.
Isso se deu, no entanto, antes da Câmara inserir “jabutis” – matérias estranhas ao texto – durante a votação, como a taxação e uma emenda sobre conteúdo local da exploração e produção de petróleo.