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    Voto de Zanin sobre maconha eleva pressão sobre Lula para próxima vaga no STF

    Posição do ministro do Supremo contraria base petista e alimenta cobranças na indicação para cadeira de Rosa Weber

    Clarissa Oliveirada CNN , São Paulo

    Em menos de 24 horas, o voto de Cristiano Zanin sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal reacendeu nos bastidores a briga pela indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Parte da base petista, que andava em segundo plano nas discussões, aproveitou a oportunidade.

    VÍDEO – Samantha: Descriminalização da maconha deve ser tratada pelo STF?

    Alegando contrariedade com o voto de Zanin, esses setores passaram imediatamente a cobrar mais voz na definição do nome que vai substituir Rosa Weber, que se aposenta da Corte no fim de setembro.

    Na sessão de ontem do STF, Zanin deu o primeiro voto contrário à descriminalização do porte da maconha para uso pessoal. O placar ficou em cinco a um, antes que o julgamento fosse interrompido, por um pedido de vista de André Mendonça.

    Queixas petistas

    O tema é caro à base petista, que defende historicamente a descriminalização do porte para uso pessoal como forma de reduzir o encarceramento em massa e garantir tratamento isonômico aos infratores, sem distinção raça e classe social.

    As queixas do PT sobre o voto de Zanin vieram, em geral, de maneira velada e longe das redes sociais. Um ministro do governo Lula ouvido pela CNN confidenciou que o clima nos bastidores é de insatisfação.

    Outro líder petista com trânsito livre no STF lembrou que Zanin já havia votado contra a equiparação da LGBTfobia ao crime de injúria racial.

    VÍDEO – Zanin vota contra a descriminalização do porte de drogas

    Lobby por perfil

    O desempenho de Zanin acabou dando fôlego ao argumento de que a próxima indicação de Lula ao STF deve ser reservada a uma mulher, de preferência alinhada a bandeiras históricas do partido.

    Mas o perfil vai contra os sinais dados pelo próprio presidente nas últimas semanas.

    Interlocutores ouvidos pela CNN afirmam que Lula vinha estudando casar a escolha do novo ministro do STF ao fortalecimento da base governista.

    Cartas na mesa

    Alguns nomes cotados para o STF têm perfil político e pertencem a partidos aliados, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).

    O nome do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também teria potencial de contribuir para a articulação política. Isso porque a ida dele para o STF deixaria vaga a cadeira no TCU, que poderia ser preenchida por indicação do Congresso.

    Por esse desenho, a contrapartida pela indicação de um homem para o STF viria na escolha de uma mulher para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    A lista quádrupla entregue recentemente a Lula para embasar a próxima indicação na Corte inclui a advogada Daniela Teixeira, que tem apoio em vários setores do governo. Daniela é a única mulher na relação de nomes apresentada ao presidente.

    VÍDEO – Mendonça pede vista em julgamento no STF sobre porte de drogas

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