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    Vice-procuradora diz que não foi intimada antes de operação contra empresários

    Lindôra Maria Araújo disse ao STF que não teve ciência do processo antes da operação da PF com empresários bolsonaristas

    Gabriel Hirabahasida CNN , em Brasília

    A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirmou, nesta quarta-feira (24), em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, apesar de o ministro Alexandre de Moraes ter encaminhado o caso envolvendo os empresários bolsonaristas à PGR, ela própria não teve ciência do processo antes da operação da Polícia Federal na terça-feira (23).

    A manifestação foi encaminhada em uma petição que corre em sigilo no STF. A CNN confirmou o teor da manifestação com fontes da PGR.

    De acordo com a apuração da CNN, a vice-procuradora-geral da República disse que estaria participando de um evento na segunda-feira (22), data em que a PGR foi notificada do caso, segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    Segundo o documento, Lindôra argumentou que, por esse motivo, apesar de o documento ter chegado a seu gabinete, ele não chegou ao seu conhecimento antes da operação.

    O processo envolve alguns empresários bolsonaristas que, em um grupo privado, teriam demonstrado preferência a um golpe de Estado a ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta à Presidência. O caso foi revelado pelo portal Metrópoles.

    Na terça-feira (23), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra esses empresários apoiadores de Bolsonaro.

    A PGR divulgou nota no mesmo dia dizendo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tomou conhecimento do caso apenas na terça. A decisão que embasou as diligências realizadas nesta semana foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 19 de agosto.

    Também em nota, Moraes afirmou que na segunda-feira (22) a PGR “foi intimada pessoalmente da decisão (…) com a entrega da decisão proferida para a Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF”.

    O ministro disse, ainda, que “a referida decisão, posteriormente, foi encaminhada ao Gabinete da Vice-Procuradora-Geral da República às 15h35, onde recebida às 16h40” da própria segunda.

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