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    Vereadora sofre assédio na Câmara Municipal de Florianópolis

    Carla Ayres (PT) foi abraçada e beijada no rosto pelo vereador Marquinhos da Silva (PSC)

    Lucas IottiLucas Schroederda CNN , em São Paulo

    A vereadora de Florianópolis Carla Ayres (PT) foi assediada pelo colega Marquinhos da Silva (PSC) durante sessão na Câmara Municipal nesta quarta-feira (7). Nas imagens divulgadas pela parlamentar, é possível ver o momento em que o vereador, que estava sentado, se levanta e a abraça por trás, beijando seu rosto.

    O gesto ocorreu justamente no dia em que foi aprovada a criação da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis, que visa atuar no combate à violência e à discriminação de gênero.

    Em nota, Marquinhos da Silva afirmou que apesar de divergências políticas, sempre demonstrou “imenso carinho e respeito, dentro e fora do plenário” por Carla Ayres.

    “Reconheço meu erro em abordar a vereadora de maneira inconveniente, sem sua autorização, e diante disso peço minhas sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato”, completa o parlamentar.

    A petista também se pronunciou nas redes sociais (veja postagem abaixo): “no dia em que aprovamos a Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis, mais uma cena de assédio que precisamos lutar para que não ocorra nas ruas e nos parlamentos do nosso país. Não é brincadeira se só um riu!”.

    Nota divulgada pela Câmara Municipal

    Diante dos fatos ocorridos na sessão de ontem (08), a Câmara Municipal de Florianópolis repudia todo e qualquer ato e reafirma sua atuação no combate contínuo de toda e qualquer ação de violência contra as mulheres.

    Sobre o caso denunciado, tão logo o processo chegue à Mesa Diretora, será realizada a apuração dos fatos seguindo os ritos administrativos disciplinares desta Casa Legislativa.

    Nota divulgada pelo vereador Marcos Leandro da Silva (PSC)

    Recebo com tristeza a notícia de acusação de assédio contra uma colega, vereadora Carla Ayres, na sessão desta quarta-feira (7), da Câmara Municipal de Florianópolis, com quem, apesar de divergências políticas, sempre demonstrei imenso carinho e respeito, dentro e fora do plenário.

    Reconheço meu erro em abordar a vereadora de maneira inconveniente, sem a sua autorização, e diante disso peço minhas sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato. Ressalto que em nenhum momento agi de maneira má-intencionada, porém, fui infeliz em invadir o seu espaço.

    Levarei essa atitude equivocada como um aprendizado, compreendendo essa situação e repudiando toda forma de assédio. Sempre fui um defensor e incentivador da participação da mulher na política, sendo criador do projeto que fomenta a participação feminina na política, tendo o “Dia da Mulher na Política”, celebrado 8 de março (caso sancionada, denominada Lei Olga Brasil da Luz).

    Espero que a nobre vereadora, da qual tenho enorme apreço, aceite meu pedido de desculpas.

    Nota divulgada pela vereadora Carla Ayres (PT)

    Na sessão ordinária da última quarta-feira (7), fui agarrada à força pelo Vereador Marquinhos (PSC), após descer da tribuna durante a discussão de um projeto na Câmara Municipal de Florianópolis. O parlamentar me puxou pelo braço e quando tentei me soltar, ele levantou, me agarrou por trás e tentou me beijar contra a minha vontade. As imagens da TV Câmara mostram minha indignação diante daquela situação, enquanto Marquinhos ria do ocorrido. Diante dos casos sucessivos de importunação sexual e violência política de gênero no nosso país, não podemos aceitar como “brincadeira” o que há tanto tempo lutamos para dizer que é inaceitável. A postura do vereador confronta o decoro parlamentar e agride não apenas a mim, mas todas as mulheres de Florianópolis, que historicamente foram sub-representadas no parlamento municipal.

    Ainda mais grave é o fato de o crime ter ocorrido na mesma sessão em que foi aprovada a criação da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis. A proposta foi apresentada pela Comissão da Mulher, na época de minha presidência, e reapresentada pela Mesa Diretora, como determina o regimento. Dentre as atribuições da procuradoria está o recebimento, análise e encaminhamento aos órgãos competentes das denúncias de violências e discriminação contra a mulher.

    O fato, que ganhou repercussão nacional em face das imagens publicadas em nossas redes sociais, precisa de uma resposta contundente da Câmara Municipal de Florianópolis e do Judiciário. Inclusive, iremos encaminhar à Mesa Diretora uma representação para que convoque imediatamente a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Florianópolis para que se manifeste acerca da quebra de decoro. Também irei registrar um Boletim de Ocorrência pelos crimes de importunação sexual e violência política de gênero, para que o parlamentar seja responsabilizado por seus atos.

    Reitero a minha disposição de continuar lutando contra todas as formas de violência política de gênero e contra a violência cotidiana que milhares de mulheres sofrem diariamente no nosso país. Não iremos retroceder, nem silenciar na busca por responsabilização pessoal e institucional decorrente de práticas violentas contra as mulheres do nosso país.

    Nota divulgada pelo Partido Social Cristão (PSC)

    O Partido Social Cristão defende o respeito incondicional às mulheres e não compactua com nenhuma atitude de seus filiados que possa constranger ou colocar em risco a integridade física e emocional das mulheres. O partido acompanhará as investigações sobre o caso e vai orientar o diretório estadual a abrir sindicância para apurar os fatos.

     

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