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    “Vejo a partida de Bolsonaro para os EUA como uma covardia”, diz Casagrande

    "Ninguém gosta de perder nada, mas passar a faixa para o outro que ganhou seria uma questão de educação, de reconhecimento e de elegância", afirmou o ex-jogador

    Fábio MunhozThiago FélixJorge Fernando Rodriguesda CNN , Em São Paulo

    O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior afirmou nesta sexta-feira (30), durante participação no programa Arena CNN, que considera como “covardia” a atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL), que nesta tarde deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos e não participará da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Ninguém gosta de perder nada, mas passar a faixa para o outro que ganhou seria uma questão de educação, de reconhecimento e de elegância. Ele está sendo deselegante e mau educado com o presidente Lula, que ganhou a eleição”, afirmou.

    Casagrande também comentou a live realizada por Bolsonaro nesta sexta, na qual o presidente disse que “nada justifica tentativa de ato terrorista” em Brasília”.

    Na transmissão, Bolsonaro citou a prisão, ocorrida no dia 25, de um suspeito de colocar uma bomba na região do aeroporto de Brasília e disse que “nada justifica essa tentativa de ato terrorista”. O presidente também negou a ideia de ir “para o tudo ou nada” e pediu que seja feita oposição com “inteligência” ao futuro governo petista.

    O comentarista disse que “não se convenceu” com a fala de Bolsonaro.

    “Nós temos que analisar não o que ele falou, mas as mensagens subliminares que ele mandou. Porque as coisas que ele fala claramente são de impacto para tentar ficar em uma situação melhor, que entendeu, que aceitou a derrota. Não aceitou a derrota, nada. Ele mandou mensagens porque, ao mesmo tempo em que ele condena o ato terrorista de seis dias atrás –mas não falou nada há seis dias, falou hoje porque vai embora– ele não falou nada desde que ele perdeu a eleição.”

    “Posicionamento demorou”, diz Janaina Paschoal

    A jurista e deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP), que também participou do debate e que apoiou Bolsonaro em 2018, afirmou que o presidente demorou para se posicionar de forma mais enfática contra atos antidemocráticos.

    Entretanto, ela considera que a fala foi “fundamental”, porque “agora ele deixou bem claro que o presidente Lula vai assumir e que ele [Bolsonaro], na verdade, já deixou o cargo”.

    “Acho que essa manifestação dele foi fundamental. Por óbvio, entendo que deveria ter ocorrido antes, mas antes tarde do que nunca. Nesse ponto, quero deixar um elogio”, disse a deputada.

    Para Janaina, Bolsonaro “prejudicou muito o país” por ter mantido o discurso radical durante a maior parte de seu mandato. “Porque a moderação, a ponderação, que ele trouxe na última fala como presidente, ele não trouxe durante os quatro anos [de governo]. Então, ele gerou um medo desnecessário numa grande parcela da população. Parcela que, inclusive, o havia apoiado em 2018.”

    “Por que, então, aqueles discursos todos em cima do palanque, aquelas ameaças veladas, aquelas graças? Foi um prejuízo incomensurável para o país, na minha leitura. Por isso eu entendo que ele não é essa pessoa em torno de quem a centro-direita poderá se unir –se é que isso ocorrerá daqui a quatro anos”, acrescentou.

    Veja outro trecho do debate entre Janaina Paschoal e Casagrande:

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