Urna eletrônica é auditável antes e depois da eleição, diz ex-presidente do TSE
Carlos Velloso avaliou que falta conhecimento aos que criticam o sistema atual de votação
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Velloso afirmou em entrevista à CNN que a urna eletrônica é auditável antes, durante e depois das eleições.
Conhecido como “pai da urna eletrônica”, o advogado ressaltou que a forma de votação atual não pode ser alvo de ataques hackers — visto que o sistema não é online — e avaliou que falta conhecimento às pessoas que criticam o modelo.
“Eu quero emprestar a essas pessoas que estão atacando a urna [eletrônica] boa-fé. Certamente porque não estão bem informadas em relação à urna”, disse.
Velloso explicou que os programas utilizados nas máquinas são elaborados pelo TSE sob fiscalização dos partidos políticos e informou que os softwares ficam à disposição das siglas e dos cidadãos de modo geral até seis meses antes da corrida eleitoral.
De acordo com o magistrado, no dia da eleição, os presidentes das mesas receptoras de votos imprimem — na presença dos fiscais dos partidos — um boletim conhecido como “zerésima”, que indica que a urna não tem votos registrados.
O ex-presidente do TSE também lembrou que caso erre ao digitar o número do candidato selecionado, o eleitor pode apertar a “tecla de cor laranja” e retornar ao início para corrigir o equívoco.
Ainda segundo Velloso, ao fim do dia, o presidente da mesa receptora de votos imprime o boletim da urna — que contém os votos registrados — e distribui aos partidos e fixa outra via na porta da seção eleitoral.
“O pen drive criptografado em um envelope lacrado, e assinado pelo presidente e outros membros da mesa é levado ao órgão central da Justiça Eleitoral ou ao posto mais próximo, onde é transferido ao TSE. Esses boletins logo que chegam ao TSE são lançados na internet”, explicou.
Ao contrário do que acontece atualmente — quando o ministro da Defesa ameaça a realização das eleições caso não haja voto impresso –, Velloso contou que na época da implementação do voto eletrônico, as Forças Armadas ajudaram no processo.
“As Forças Armadas participaram mandando técnicos de seus serviços de informática”, finalizou.