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    UFPR revoga títulos de doutores “honoris causa” de Castello Branco, Costa e Silva e Geisel

    Reitor da universidade afirmou que a revogação é medida necessária diante dos acontecimentos durante o período militar no Brasil

    Estadão Conteúdo , Heitor Mazzoco, do Estadão Conteúdo

    A Universidade Federal do Paraná (UFPR) informou, na segunda-feira (1º), ter revogado os títulos de doutores “honoris causa” dos ex-presidentes do período militar Humberto de Alencar Castelo Branco, Artur da Costa e Silva e Ernesto Geisel. O ato ocorreu um dia depois de o golpe de 1964 completar seis décadas.

    O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, afirmou que a revogação é medida necessária diante dos acontecimentos durante o período militar no Brasil.

    “Revogar os títulos de doutores honoris causa dados aos presidentes da República da época da ditadura militar brasileira – que na época ditatorial eram chefes de estado e de governo, chefes supremos das Forças Armadas, articuladores e executores centrais das políticas de repressão e do terror de Estado, condutores de regimes de força que levaram adiante horrores, torturas, mortes e supressão de direitos, de liberdades e da própria democracia – parece que é medida necessária para uma instituição como a Universidade Federal do Paraná”, disse o reitor.

    Pelo X, antigo Twitter, Fonseca afirmou ainda que a “instituição renovou hoje seu compromisso com a democracia, com a memória, com a verdade, com a justiça, com o presente e com o futuro. Ditadura, nunca mais!”.

    Uma reunião de pouco mais de duas horas e meia decretou a revogação por meio de votação. De acordo com informações publicadas pela universidade, o primeiro título foi entregue a Castelo Branco no dia 31 de julho de 1964.

    Já Costa e Silva foi agraciado em 18 de setembro de 1968. Por fim, em 13 de janeiro de 1976, foi a vez de Geisel ser homenageado com a honraria, que só foi entregue para o penúltimo presidente do período militar em 1981.

    O reitor, que relatou o processo, afirmou ainda que “não pode deixar de respeitar continuamente o passado na sua real espessura e deve a cada momento se vacinar contra as ‘artimanhas da memória’ que ainda hoje atuam para distorcer, para deturpar, para desinformar”.

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