Transição no Ministério da Saúde atrasa reunião com EUA sobre doação de vacinas
Reunião foi anunciada pelo infectologista Anthony Fauci, principal conselheiro médico do governo dos Estados Unidos, durante coletiva da Força-Tarefa
A demora na troca de Eduardo Pazuello por Marcelo Queiroga, na chefia do Ministério da Saúde, atrasou a reunião entre o governo americano e o brasileiro em que serão discutidas formas de ajuda ao enfretamento da pandemia no Brasil, segundo fontes do ministério ouvidas pela CNN.
Queiroga foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro na última segunda-feira (15), mas só tomou posse nessa terça-feira (23).
A reunião foi anunciada pelo infectologista Anthony Fauci, principal conselheiro médico do governo dos Estados Unidos, durante uma coletiva da Força-Tarefa da Casa Branca e confirmada pelo Ministério da Saúde. O diálogo entre as partes foi aberto por meio do Itamaraty há mais de 10 dias.
O governo brasileiro deseja pedir a doação de 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que estão estocadas nos EUA. O que pode travar ou atrasar uma possível ajuda americana é o plano do presidente Joe Biden de intensificar o ritmo de vacinação no país e ter doses suficientes para imunizar toda a população acima de 18 anos até meados de maio.
A estratégia do Ministério da Saúde é mostrar ao governo americano que a doação não vai interferir e nem atrasar a campanha de imunização deles. Por enquanto, a Casa Branca confirmou que o governo norte-americano vai enviar 2,5 milhões de doses das vacinas para o México e 1,5 milhões para o Canadá.
A CNN questionou o Ministério da Saúde sobre o atraso na reunião, mas a pasta apenas informou, em nota, que está dialogando com o governo dos Estados Unidos para adoção de possíveis ações conjuntas de combate à pandemia da Covid-19, em especial a obtenção de vacinas.
A nota diz ainda que uma reunião entre as partes será realizada o mais breve possível para estreitamento de medidas de controle da doença a curto prazo.