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    Transferência de general Ramos para a reserva é publicada no Diário Oficial

    No final de junho, o ministro-chefe da Secretaria de Governo já havia tornado público seu pedido de seguir para a reserva

    O presidente Jair Bolsonaro e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo
    O presidente Jair Bolsonaro e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo Foto: Marcos Corrêa/PR

    Diego Freire,

    da CNN, em São Paulo

    Na edição desta quinta-feira (16) do Diário Oficial da União (DOU) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializou a transferência, a pedido, do ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, para a reserva remunerada do Exército. 

    Publicada em decreto, a transferência tem validade a partir de 15 de julho. Além de Bolsonaro, o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva também assina a medida.

    No final de junho, Luiz Eduardo Ramos já havia tornado público seu pedido de seguir para a reserva. Até então, ele seguia tecnicamente na ativa, embora afastado do Alto-Comando do Exército.

    “Com esta decisão, afasto de forma definitiva e irrevogável, a possibilidade do meu retorno às lides da caserna, o que poderia acontecer até dezembro de 2021, como também, do recebimento de uma nova missão oriunda do Comando do Exército”, afirmou Ramos em nota na qual divulgou que vai passar para a reserva na ocasião.

    Uma das principais tarefas da Secretaria de Governo é auxiliar a Presidência na articulação com o Congresso, estados e municípios, assim como setores da sociedade civil. Até a recriação do Ministério das Comunicações, o ministério também tinha sob sua estrutura a Secom (Secretaria de Comunicação).

    Em entrevista à revista Veja neste mês, Ramos já havia manifestado sua intenção de passar para a reserva. “Estou tomando essa decisão porque acredito que o governo deu certo e vai dar certo. O meu coração e o sentimento querem que eu esteja aqui com o presidente”, disse na ocasião.

    ‘Não me sinto bem’

    Ramos expressou seu desejo de aposentadoria após ser questionado sobre sua participação, ao lado de Bolsonaro, em uma manifestação que atacava o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Segundo o ministro, houve muitas críticas no dia seguinte, inclusive por parte de seus companheiros de farda.

    “Não me sinto bem. Não tenho direito de estar aqui como ministro e haver qualquer leitura equivocada de que estou aqui como Exército ou como general”, declarou à revista.

    A presença de oficiais da ativa na estrutura do governo de Jair Bolsonaro tem causado desconforto entre uma parcela dos militares. Além de Ramos, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, também é um general da ativa. O ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto — também general — passou para a reserva em março.

    Segundo um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, há quase 3 mil militares da ativa em cargos no poder Executivo. O ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), pediu ao governo informações sobre quantos militares estão em cargos que poderiam ser ocupados por civis, e falou em “possível militarização excessiva do serviço público civil”, noticiou a analista da CNN Basília Rodrigues.

    (Com Estadão Conteúdo)