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    Toc, toc, toc”: petistas veem “tiro no pé” em post da Secom

    Ministro Paulo Pimenta saiu em defesa de postagem que fazia referência velada a operação da PF contra Carlos Bolsonaro

    Ministro Paulo Pimenta
    Ministro Paulo Pimenta Fábio Pozzebom/Agência Brasil

    Clarissa Oliveirada CNN

    São Paulo

    A decisão da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência de usar os canais oficiais para ironizar a operação da Polícia Federal (PF) contra Carlos Bolsonaro foi mal recebida por líderes petistas e deixou o ministro da Secom, Paulo Pimenta, isolado na defesa dessa estratégia.

    Essa é a avaliação feita sob reserva por um alto integrante da direção nacional do PT ouvido pela CNN, para quem a Secom fez um “ataque desnecessário e desmedido, que apenas dá munição ao adversário”.

    A estratégia foi descrita nos bastidores como um “tiro no pé”.

    “É algo absolutamente desnecessário, que só ajuda ao Bolsonaro”, afirmou a fonte.

    A postagem com a frase “toc, toc, toc” veio numa referência velada à operação de busca e apreensão contra o filho de Bolsonaro, fazendo um paralelo com a campanha do governo federal para prevenção e combate à dengue.

    Diante das críticas, Paulo Pimenta veio a público para defender a estratégia.

    “É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar. É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem”, escreveu o ministro no X, antigo Twitter. “A mensagem principal é a dengue, o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento.”

    A repercussão negativa da postagem original e da reação do ministro geraram críticas também no Palácio do Planalto, segundo um interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Mas, apesar do desgaste, a avaliação é que a crise não tem capacidade de alimentar nos bastidores eventuais pressões por uma troca de comando na comunicação do governo.