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    Sergio Moro depõe por mais de 8 horas e apresenta novas provas

    Segundo fontes, ex-ministro apresentou conversas de WhatsApp, áudios e e-mails trocados com o presidente e com outros integrantes do governo

    Em pronuncimento ao pedir demissão do Ministério da Justiça, Sergio Moro afirmou que o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal
    Em pronuncimento ao pedir demissão do Ministério da Justiça, Sergio Moro afirmou que o presidente Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal Foto: CNN (24.abr.2020)

    Caio Junqueira e Iara Maggioni,

    da CNN, em São Paulo e em Curitiba

    Após mais de oito horas de depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro terminou seu depoimento no inquérito que apura sua acusação de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu nas investigações.

    Segundo fontes, Moro, que começou a depor pouco depois das 14h e terminou de falar perto das 23 horas, detalhou as acusações contra o presidente, em especial as que fez no dia em que deixou o cargo. Também apresentou arquivos digitais que serão avaliados pela polícia, como conversas de WhatsApp, áudios e e-mails trocados com o presidente e com outros integrantes do governo.

    O ex-ministro falou no âmbito do inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar os supostos crimes levantados por Moro. As acusações envolvem, principalmente, a alegação de que há uma interferência política, por parte do presidente, na Polícia Federal em prol de benefício próprio. 

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello é o relator do inquérito.

    O depoimento ocorreu no mesmo prédio em que o ex-presidente Lula ficou preso em decorrência da Lava Jato, comandada por Moro. Ele foi ouvido em Curitiba justamente por ser seu local de domicílio, agora que já deixou Brasília. 

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    Sede da Policia Federal neste sábado (02), durante o depoimento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, como testemunha nas acusações de que o presidente Jair Bolsonaro teria interferido no trabalho da PF.
    Foto: Robson Mafra/Estadão Conteúdo

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    O depoimento poderia acontecer em 60 dias, mas foi antecipado por Celso de Mello. A antecipação aconteceu após um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) para que agilizassem o processo devido à gravidade destas acusações. 

    Manifestação

    Antes da chegada do ex-ministro, um pequeno grupo de apoiadores de Bolsonaro protestou com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. 

    Com microfones, militantes chamavam Moro de “Judas”, “rato”, e chegaram a falar que “a biografia do Moro deveria ser jogada na privada”, entre outros xingamentos. “Porque não investigava quem tentou matar o presidente?”, gritavam.

    Também havia alguns apoiadores de Moro, com faixas de apoio, no local.

    Manifestantes pró Moro e pró Bolsonaro manifestam em frente à PD de Curitiba.
    Apoiadores do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro concentrados em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR) na manhã deste sábado
    Foto: Geraldo Bubniak/Agência Estado