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    Tenho impressão que forças de segurança que atuavam no 8 de janeiro estavam comprometidas com golpe, diz Lula à CNN

    Presidente concedeu entrevista exclusiva a Christiane Amanpour; também afirmou que Forças Armadas não devem "se envolver em política"

    Entrevista Lula a Amanpour
    Entrevista Lula a Amanpour CNN

    Tiago Tortellada CNN

    em São Paulo

    Em entrevista exclusiva a Christiane Amanpour, da CNN, nesta sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tem a impressão de que forças de segurança que atuavam em 8 de janeiro estavam comprometidas com o ataque às sedes dos Três Poderes.

    “Olha, eu posso te garantir que a impressão que eu tenho é que todas as forças que tinham que cuidar da segurança de Brasília estavam comprometidas com o golpe”, apontou Lula, acrescentando que foi necessário decretar intervenção federal na segurança pública de Brasília.

    Ainda de acordo com o chefe de Estado, o Exército protegeu os acampamentos de bolsonaristas que pediam golpe. Assim, trocou o comandante de Brasília para outro que fosse “legalista” e que soubesse “cumprir aquilo que está definido na Constituição para as Forças Armadas“.

    O petista reforçou que as Forças Armadas “não devem se envolver em política”, sendo seu papel a defesa do povo brasileiro, da soberania e contra possíveis ataques externos. “É esse o papel delas, e nada mais”, pontuou.

    “Daqui para frente, as Forças Armadas brasileiras não participarão do processo político. Quem quiser participar, tire a farda, se candidate e enfrente a situação política da forma que o cidadão civil enfrenta e não tentar enfrentar a situação vestido de militar”, declarou.

    O presidente destacou que as instituições estavam preparadas para lidar com a tentativa de golpe e que estão comprometidas com o processo democrático, assim como a sociedade civil.

    Lula também afirmou que estão detectando pessoas que foram contratadas de forma “ilegal” durante a gestão de Bolsonaro e as substituindo.

    “Nós já detectamos gente recebendo salário em Miami, nós detectamos gente recebendo salário em Lisboa, já descobrimos gente recebendo o salário em Paris, ou seja, pessoas ligadas a ele que se colocar algum conselho, estão ainda trabalhando em nome do Estado brasileiro”, observou.