Tatto propõe renda básica, teste em massa e passe livre para desempregados em SP
Candidato do PT defende reorganização do orçamento municipal e medidas adotadas em suas passagens como secretário nos governos do partido
O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Jilmar Tatto, defendeu nesta quinta-feira (12) a adoção de um conjunto de programas sociais para mitigar os impactos econômicos derivados da pandemia do novo coronavírus.
Questionado durante a sabatina à CNN pela âncora Daniela Lima, Tatto afirmou que a cidade tem recursos para seus projetos e que pretende reorganizar o orçamento para custeá-los. “O cobertor é curto, mas você precisa definir prioridades”, disse o candidato do PT.
Na seara social, Jilmar Tatto propõe adotar um programa de complemento do Bolsa Família, aos moldes do Renda Básica de Cidadania, projeto do ex-senador e vereador Eduardo Suplicy (PT). O candidato diz que a intenção é que os benefícios totalizem R$ 178 a princípio e possam chegar a até R$ 300.
Outro programa social que pretende adotar gradualmente é o passe livre para os desempregados. Segundo Tatto, serão incluídos todos aqueles que não tiverem emprego formal registrado em carteira, de acordo com critérios do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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O candidato diz que as suas passagens como secretário nas gestões dos ex-prefeitos Marta Suplicy e Fernando Haddad justificam as suas projeções financeiras para permitir a expansão dos gastos da cidade.
“Quando eu fui secretário dos Transportes, eu fui criativo também na arrecadação de recursos”, disse o postulante. “Você pode começar com um dia por semana e ir calibrando conforme o orçamento vai permitindo”, argumentou Jilmar Tatto.
Questionado sobre o apoio de Marta ao adversário Bruno Covas (PSDB), o candidato do PT afirmou que as realizações das administrações são divididas entre o prefeito, os secretários e assessores. “Ela fez, mas eu fui secretário dela”, disse ele.
Testagem
Tatto afirmou que pretende dispor de R$ 1 bilhão do caixa da Prefeitura para custear a testagem em massa dos 12 milhões de habitantes de São Paulo. Segundo o ex-secretário, esta seria a única forma de evitar uma ampla segunda onda da Covid-19 na cidade.
O candidato petista também afirmou que, quando houver uma vacina contra a doença do novo coronavírus, ele defenderá, caso seja eleito prefeito, que a vacinação seja obrigatória.
“Os testes são enquanto não vier a vacina. Quando vier a vacina, eu sou a favor da vacina obrigatória, porque nós não podemos brincar com a vida das pessoas”, argumentou Jilmar Tatto.
Tatto afirmou que o PT historicamente cresce nos últimos dias antes da eleição e descartou a hipótese cogitada por integrantes do seu partido, de que ele anunciasse apoio ao candidato Guilherme Boulos (PSOL) ainda no primeiro turno.
“O PT é um partido de chegada, é um partido de reta final. Estamos fazendo caminhadas, carreatas e a gente está sentindo o povo querendo a volta do PT. E eu faço campanha nas classes CDE, na periferia, e as candidaturas do PT sempre crescem na reta final”, afirmou.
Perfil
Jilmar Tatto é formado em História e mestre em Ciências. Foi deputado estadual, deputado federal e secretário municipal do Abastecimento, das Subprefeituras e duas vezes secretário dos Transportes.
Esta é a primeira vez que ele é candidato a prefeito de São Paulo. Em 2018, concorreu ao Senado por São Paulo, terminando em sétimo lugar na disputa pelas duas vagas.
Sabatinas CNN
A CNN sabatina nesta semana os seis candidatos a prefeito de São Paulo que ocupam os primeiros lugares nas intenções de voto segundo a última pesquisa do instituto Datafolha, publicada no dia 5 de novembro. Na data da publicação, Tatto aparecia em quinto lugar, com 6% das intenções de voto.
As sabatinas também foram feitas com os candidatos Bruno Covas (PSDB), que marcava 28%; Celso Russomanno (Republicanos), que na pesquisa do dia 5 aparecia em segundo lugar, com 16%; Guilherme Boulos (PSOL), em terceiro com 14%; Márcio França (PSB), em quarto com 13%; e Arthur do Val – Mamãe Falei (Patriota), em sexto com 4%.
A pesquisa Datafolha, tomada como base para a definição das entrevistas, foi colhida entre os dias 3 e 4 de novembro, ouvindo 1.260 pessoas. O questionário foi registrado sob o protocolo SP-06709/2020, com nível de confiança de 95% e margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Os contratantes são o jornal Folha de S.Paulo e a TV Globo.
A cidade de São Paulo possui 12.325.232 habitantes, sendo 8.986.687 eleitores aptos a votar. São Paulo tem o sexto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais brasileiras.