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    Suposto ataque hacker reacende disputa entre Abin e PF

    Fontes das duas corporações avaliam que o caso pode causar danos à imagem brasileira no exterior

    Gabriela Pradoda CNN , Brasília

    O suposto caso de ataque hacker ao Paraguai para obter informações sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu reacendeu nos bastidores a disputa entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF).

    Fontes das duas corporações avaliam que o caso pode causar danos à imagem brasileira no exterior, além de questionamentos sobre a atuação da agência e ao próprio inquérito que apura o esquema de espionagem ilegal na Abin, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

    Nesta segunda-feira (31), o portal “UOL” revelou que dois agentes da Abin afirmaram em depoimento à PF, em novembro de 2024, que houve um ataque hacker para obter informações do país vizinho. O esquema teria começado ainda na gestão Bolsonaro, mas continuado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Após a divulgação da reportagem, o Itamaraty negou a operação e afirmou que a estratégia adotada pelo governo anterior, em junho de 2022, foi cancelada quando a atual administração da Abin tomou conhecimento do caso, já em março de 2023.

    A divulgação das informações do depoimento incomodou a atual gestão da Abin que tem conflitos com a PF desde o início do terceiro mandato de Lula.

    Já a PF vê indícios de crime na atuação da agência com base em depoimentos, porém, ainda não há indicativos de que o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, possa ser convocado para depoimentos.

    Durante um cumprimento de busca e apreensão, em janeiro de 2024, integrantes da Abin questionaram a extensão do mandado de busca para acessar informações da agência. A PF recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o fornecimento de dados.

    Em relatório, a PF já apontou que a cúpula atual da Abin agiu para atrapalhar as investigações sobre a chamada “Abin Paralela” ao negar informações à investigação com justificativa de “sigilo”.

    Depois do caso, o presidente Lula demitiu o número dois da Abin, Alessandro Moretti, mas manteve no cargo o diretor-geral, o que gerou insatisfação entre os policiais federais.

    Desde o início deste mandato, a Abin é subordinada à Casa Civil da Presidência da República, do ministro Rui Costa.

    O inquérito sobre a Abin Paralela ainda não foi concluído pela PF. A intenção era divulgar até o fim de março, o que ainda não aconteceu.

    De acordo com os investigadores, há um esboço do relatório-final, mas ainda há dúvidas sobre indiciados e não estão descartadas novas diligências sobre o caso.

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