‘Superpedido’ de impeachment é forte por unir grupos diferentes, diz Molon
"O governo vai se enfraquecendo pelo enorme número de mortes causadas pelo negacionismo e resistência em comprar vacinas," disse o deputado à CNN
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) foi um dos membros mais vocais do ato realizado nesta quarta-feira (30) para oficializar o “superpedido” de impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido reúne mais de 120 denúncias feitas anteriormente. Em entrevista à CNN, o deputado ressaltou o caráter plural do pedido.
“São 23 crimes gravíssimos do presidente. A força do superpedido existe por envolver gente de todas as orientações ideológicas, mas também por trazer dezenas de organizações da sociedade civil. Esse pedido tem uma força especial por unir grupos diferentes,” disse o deputado.
Molon também ressaltou o timing para a apresentação da proposta, uma vez que o governo Bolsonaro se vê envolvido em escândalos, como o das irregularidades na compra da vacina Covaxin e a pedida de propina por um membro do Ministério da Saúde para a compra de vacinas da AstraZeneca.
“Nesse momento o governo vai se enfraquecendo pelo enorme número de mortes causadas pelo negacionismo e resistência em comprar vacinas. As denúncias atacam um dos pilares do discurso do presidente, que é seu suposto combate a corrupção,” disse Molon, que citou a postura não combativa dos governistas na Câmara como sinal de enfraquecimento do governo no momento.
“As denúncias de corrupção deixaram a base do governo atordoada. Nenhum governista foi ao plenário da Câmara defender o governo federal nesta quarta-feira (30).”
Apesar da indicação de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) não deve dar prosseguimento ao pedido de impeachment, Molon disse que seu desejo é que o documento não fique parado.
“Queremos cobrar do presidente da Câmara para que ele decida sobre o pedido, não queremos que ele fique parado. Se Lira entender que não há razão para impeachment, que ele negue os pedidos.”
