Superintendentes da PF nos estados relatam ‘tom de despedida’ de diretor geral
Saída de Valeixo teria feito Sergio Moro avaliar pedir demissão do Ministério da Justiça
Em meio à crise desencadeada pela possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro tirar o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo do cargo, o clima entre os superintendentes da PF nos estados é de apreensão. A CNN conversou com dois deles, que participaram de uma reunião feita hoje por videoconferência com Valeixo e relataram que o tom da conversa foi de “despedida”. Valeixo é o braço-direito do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que ameaçou entregar o cargo.
O encontro é semanal e rotineiro entre os chefes da PF em todos os estados. Nele, Valeixo não cravou que estava deixando o posto e lembrou de outros momentos em que o presidente Jair Bolsonaro fez ofensivas ao seu cargo. Segundo as fontes da CNN, o diretor-geral relatou já ter colocado o seu posto à disposição do ministro Sergio Moro. Ainda de acordo com esas fontes, Valeixo lembrou ter dito que Moro “poderia tirá-lo se assim precisasse” e que “não iria ficar apegado ao cargo”.
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A gestão de Valeixo divide opiniões entre os superintendentes — a quem ache boa, a quem ache ruim e concorde com a troca sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro. Na opinião de quem defende Valeixo, conta a seu favor na PF o fato dele ter impedido interferências políticas na corporação e o fato de ter “acabado com o estrelismo e a exposição desnecessária da PF em operações policiais”.
Entre os nomes comentados pelos superintentendes para substituir Valeixo estão o delegado Fabiano Bordigon, atual diretor do diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen); Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e Alexandre Ramagem, chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).