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    STM nega revisão criminal do caso de um coronel fuzilado há mais de um século

    João de Andrade Pessôa morreu em 30 de abril de 1825, em Fortaleza

    General Luis Carlos Gomes Mattos, presidente Superior Tribunal Militar (STM)
    General Luis Carlos Gomes Mattos, presidente Superior Tribunal Militar (STM) Divulgação/Superior Tribunal Militar (STM)

    Vianey Bentesda CNN

    em Brasília

    O Superior Tribunal Militar (STM) negou nesta sexta-feira (11), um pedido de revisão criminal do caso do coronel de Milícias, João de Andrade Pessôa, que foi fuzilado no dia 30 de abril de 1825, em Fortaleza/CE.

    O pedido foi feito pela quinta geração da família do coronel, onde argumenta que o militar era Comandante Geral das Ordenanças da Vila de Granja/CE, e que teria sido injustamente condenado à morte. No documento consta que, o militar teria comprovado o erro referente aos fatos, sua apreciação, avaliação e enquadramento no artigo 550, do Código de Processo Penal Militar, e ainda, a descoberta de novas provas, após a sentença, que comprovariam a inocência do coronel João Andrade.

    Eles pediram também que, logo após ser absolvido, que se estabelecesse o status, sua patente de coronel e suas honrarias militares, além da insígnia de Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro, e o reconhecimento público da decisão do tribunal.

    De acordo com a ministra Maria Elizabeth Guimarães, que relatou o processo, a revisão está pautada na Constituição, mas a magistrada não concordou, após a análise do processo, com o argumento de que a sentença que condenou o militar seja contrária à evidência dos autos ou fundada em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos. Além disso, afirmou não vislumbrar novas provas capazes de invalidar a condenação.

    A ministra salientou ainda, que um dos fatos que impediram a demonstração do suposto erro judicial foi, a ausência da sentença condenatória, um documento histórico que não pôde ser recuperado devido ao transcurso de quase dois séculos. E mais, embora os documentos apresentados nos autos tendem a corroborar a narrativa da defesa de ser o condenado um oficial condecorado por atos meritórios de bravura, e que se submetia aos poderes absolutos da monarquia, as provas reconstituídas e juntadas pelas partes não foram capazes de comprovar a sua não participação na Confederação do Equador.

    Pessôa Anta, como ficou historicamente conhecido, foi considerado traidor do Império e apontado como um dos “cabeças” do movimento político revolucionário chamado de Confederação do Equador. O julgamento do militar foi realizado pela  Comissão Militar do Ceará, órgão criado pelo Imperador Dom Pedro I, para processar os envolvidos no movimento, de acordo com a Carta Imperial de 16 de outubro de 1824.