STF teme cooptação de polícias pelo bolsonarismo após mudança na PF e PRF
Empossado nesta terça-feira (6), o novo ministro da Justiça, Anderson Torres, decidiu trocar os comandos da PF e PRF
Pouco após tomar posse na manhã desta terça-feira (6), o novo ministro da Justiça, Anderson Torres, decidiu trocar os comandos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As trocas não têm nomes definidos até o momento, mas acendeu um alerta dentro do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com informações da analista e âncora da CNN Daniela Lima.
Há entre ministros da Corte um temor de que o bolsonarismo esteja cooptando as polícias com as trocas a serem feitas pelo novo ministro.
Eles consideram, porém, que a mudança na Polícia Federal não é tão preocupante porque, uma vez cientes do risco de cooptação, terão que dar aval judicial a ações mais incisivas da PF. Segundo Daniela Lima, os ministros afirmam que não se furtarão a cumprir suas obrigações.
O Supremo acompanha as trocas com “olho atento”. Há ainda um temor por parte de governadores e prefeitos diante da troca de comando da PF e da PRF. Segundo eles, as trocas podem estimular uma ação das polícias vinculadas ao governo federal contra as atuais medidas de restrição estabelecidas para o combate à Covid-19.
Aval do presidente
Segundo a analista da CNN Renata Agostini, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou o novo ministro a colocar no comando da PF e da PRF nomes mais alinhados a ele, mas, antes, quer ser consultado e dar o seu aval à escolha.
O atual chefe da Polícia Federal é Rolando Alexandre, que está no cargo desde maio do ano passado. Ele assumiu logo após a saída de Sergio Moro. Na PRF, o atual comandante é Eduardo Aggio, que também deixará a pasta após cerca de um ano.
Torres, que é delegado da Polícia Federal de carreira, ainda não revelou a auxiliares os nomes dos substitutos de Rolando Alexandre e de Eduardo Aggio.
