STF evitou nova decisão monocrática no caso de Chico Rodrigues, diz procurador
Roberto Livianu diz que foi legalmente correto o ministro Barroso levar para o plenário a decisão sobre o afastamento de senador flagrado com dinheiro na cueca
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) na próxima quarta-feira (21). Em operação da Polícia Federal, o parlamentar foi flagrado com dinheiro escondido dentro da cueca na semana passada.
Para Roberto Livianu, procurador de Justiça e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, o ministro Luís Roberto Barroso acertou em levar a decisão para o plenário, evitando assim uma nova decisão monocrática como a ocorrida no caso do traficante André do Rap.
“É perfeitamente possível que o Judiciário exerça o seu papel em relação a atos do Legislativo. A questão é definir de que maneira isso vai acontecer. Por isso, é apropriado que o assunto tenha sido submetido ao plenário do STF para que não tenhamos novos acontecimentos como o do André do Rap com decisões monocráticas”, disse em entrevista à CNN neste domingo (18).
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Livianu ainda disse que há a possibilidade do senador Chico Rodrigues se esquivar de falar publicamente sobre o assunto para a preparação de sua defesa.
“Se alguém é injustamente acusado, vem a público e se explica. A única conclusão que pode se chegar é que ele está tentando construir artificialmente algo para tentar escapar à punição e todo mundo sabe o que isso significa. Então, a meu ver, o Judiciário agiu dentro daquilo que a sociedade espera”.
(Edição: André Rigue)