STF autoriza PGR a colher depoimento de Salles sobre exportação de madeiras
Alexandre de Moraes, relator da investigação, atendeu ao pedido de Salles, que solicitou para ser ouvido sobre operação que gerou busca e apreensão contra ele


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou a PGR (Procuradoria-Geral da República) a colher depoimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no âmbito do inquérito que apura se o governo federal facilitou contrabando internacional de madeira.
Em despacho, assinado na segunda-feira (01), Moraes, relator da investigação, atendeu ao pedido de Salles, que solicitou em petição para ser ouvido sobre a operação policial que gerou busca e apreensão contra ele há duas semanas.
Na solicitação, o ministro do Meio Ambiente requereu que o procurador-geral da República, Augusto Aras, promova o depoimento “juntamente com representante da Polícia Federal” e que o episódio possa ser esclarecido “o mais rápido possível”.
Na decisão, Moraes salienta que a Polícia Federal colherá o depoimento de Salles “na medida em que for necessária à elucidação dos fatos investigados”.
“Não há óbice, cumpre ressaltar, à eventual iniciativa da Procuradoria-Geral da República no sentido de ouvir o requerente, se assim entender pertinente, em atendimento à sua função institucional”, escreveu.
A operação da Polícia Federal contra o ministro do Meio Ambiente, que apura indícios de contrabando de madeira da floresta amazônica, teve início a partir de informações da embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Na decisão em que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes afirma que, com base em depoimentos e documentos, há suspeitas sobre a existência de “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.
Em sua decisão, Moraes apontou ainda que, além de documentos, a embaixada “forneceu à Polícia Federal amostras das respectivas madeiras apreendidas pelas autoridades norte-americanas”.
“As amostras foram colhidas em consonância com as diretrizes estabelecidas pela equipe do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e, atualmente, encontram-se acauteladas nesta unidade policial.”
Salles já afirmou que o inquérito teria induzido Moraes a erro e que a operação da Polícia Federal foi “exagerada e desnecessária”.
