‘Só tem uma vaga’, diz Bolsonaro sobre possível reforma ministerial
Na sexta-feira (29), o mandatário havia sugerido que poderia recriar as pastas da Cultura, do Esporte e da Pesca
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (30) que só existe uma vaga aberta nos ministérios de seu governo, o da Secretaria-Geral. A vaga é interinamente ocupada por Pedro Sousa. “Não tem nada de mudança nos ministérios. Só tem a vaga do Pedro, da Secretaria-Geral”, disse.
Na sexta-feira (29), o mandatário havia sugerido que poderia recriar as pastas da Cultura, do Esporte e da Pesca, caso isso ajudasse a destravar pautas do seu interesse na Câmara dos Deputados.
“Eu disse que os três (Marcelo Magalhães (Esportes), Mário Frias (Cultura) e Jorge Seif (Pesca)) mereciam ser ministros, mas não está previsto. Não é fácil criar ministério. Tem burocracia, aumento de gastos.”
Questionado sobre uma possível volta de Onyx Lorenzoni ao Planalto para ocupar a Secretaria-Geral, o presidente desconversou, mas disse que o deputado era “um coringa”. “Conheço o Onyx há muito tempo e confio nele para ocupar qualquer posição”, afirma. A mudança abriria uma vaga no Ministério da Cidadania.
É bom lembrar que, segundo apuração de Thais Arbex e Barbara Baião, o presidente também havia voltado a discutir a recriação do Ministério das Cidades. A ideia é que a pasta seja desmembrada do atual Desenvolvimento Regional, hoje sob o comando de Rogério Marinho.
De acordo com relatos feitos à CNN, a pasta poderia abrigar uma indicação do PL, de Valdemar da Costa Neto. A discussão ganhou fôlego por conta de um impasse na formação da nova Mesa Diretora da Câmara. Com a adesão do PSL ao grupo do deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela sucessão da Casa, a recriação do Ministério das Cidades seria uma saída para contemplar o PL.
Eleições na Câmara e no Senado
Após dizer que, “se Deus quiser”, Arthur Lira (PP-AL) seria eleito presidente da Câmara, o presidente foi mais contido neste sábado. “Sou simpático ao Arthur Lira e sou simpático ao Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O que a gente precisa é que o Parlamento volte a trabalhar”, diz.
Questionado sobre as pautas priotárias para o governo no legislativo, ele citou “reformas, privatização da Eletrobras e dos Correios, regulação fundiária”. “O importante é pautar. Se perdermos, é do jogo. A decisão é do plenário.”
Nessa linha, afirmou ainda que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não pautou as privatizações no Congresso pois é “aliado de partidos de esquerda, que são estatizantes”. “A gente quer privatizar, mas é difícil”, afirma.
Banco do Brasil
O mandatário também comentou a quase demissão de André Brandão da presidência do Banco do Brasil. “Dou autonomia, mas eu tenho que tomar conhecimento das decisões antes. Não posso saber pela mídia, Não posso ser surpreendido.”
À época, Bolsonaro se irritou por ter sabido dois dias antes apenas que Brandão fecharia 361 unidades do Banco do Brasil. A informação, contudo, chegou a ele pela política. Prefeitos que teriam unidades do banco fechadas reclamaram a deputados, que, por sua vez, fizeram suas queixas ao governo.