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    Sindicato promove ato no Rio e cita “defesa do IBGE como órgão de Estado”

    Instituto vive tensão com servidores, e já acumula troca de quatro diretores

    Renata SouzaLucas Schroederda CNN , São Paulo

    Em meio à tensão entre servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a direção da entidade, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) realizou um ato em frente à sede do instituto, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (29).

    Segundo o porta-voz dos sindicalistas, Paulo Lindesay, que é diretor da Executiva Nacional da ASSIBGE, a manifestação foi convocada com o objetivo de defender o IBGE “como órgão de Estado”, além da “defesa dos trabalhadores pela democratização no órgão e também defesa do Sindicato Nacional que está sendo atacado pela direção”.

    Os manifestantes se reuniram pela manhã com faixas contrárias à gestão do atual presidente, Marcio Pochmann.

    “Nós estamos há vários meses, desde o ano passado, solicitando reuniões para que não chegasse a essa situação hoje, esse clima ruim dentro de IBGE, com a direção do IBGE, e nós não fomos atendidos”, afirmou Lindesay.

    No início da tarde, o Ministério do Planejamento e Orçamento anunciou a suspensão temporária da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+) — uma das principais reivindicações dos servidores.

    Em setembro passado, uma carta apócrifa com críticas à gestão Pochmann e um pedido de exoneração do presidente do IBGE chegou a circular entre servidores do instituto. Intitulado como “Declaração Pública dos Servidores do IBGE”, o documento apresentava a fundação IBGE+ como pivô das insatisfações dos empregados.

    Segundo a carta, trata-se de “uma entidade de apoio de direito privado, implementada sem qualquer diálogo com os trabalhadores”.

    “Formalizada em sigilo por 11 meses e anunciada dois meses após sua oficialização em cartório, essa fundação gera dúvidas quanto a sua real finalidade e ao impacto que terá sobre a independência técnica e administrativa do instituto”, diz parte do texto.

    Segundo Lindesay, além do IBGE+, os servidores também criticam a contratação de funcionários temporários e o orçamento destinado à entidade.

    “Nos últimos 10 anos, o IBGE tem mantido um orçamento totalmente insuficiente para manter as suas políticas de trabalho, o que gera cada vez mais problemas na gestão”, afirmou.

    Exonerações

    No início do mês, os diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto pediram exoneração e deixaram os cargos devido ao descontentamento com a gestão de Pochmann.

    Na semana passada, outros dois diretores deixaram seus cargos: Ivone Lopes Batista, diretora de Geociências, e Patricia do Amorim Vida Costa, diretora-adjunta do setor.

    Em um evento nesta quarta-feira (29), Pochmann afirmou que as críticas à atual gestão são “normais” em um regime democrático.

    “Há questionamentos e resistência, que são normais numa gestão democrática. Só numa gestão democrática é possível haver manifestações. Diante do subfinanciamento, é necessário tomar decisões”, disse em evento de lançamento do plano de trabalho do IBGE para 2025.

    *Com informações de Rebeca Borges, da CNN, em Brasília

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