Silêncio de Pazuello prejudicará trabalho da CPI, diz Renan Calheiros
Em ofício enviado ao ministro Ricardo Lewandowski, do STF, relator da comissão diz que ex-ministro é peça-chave para entender atuação do governo na pandemia
Em ofício enviado nesta sexta-feira (14) ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a eventual concessão de habeas corpus para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello prejudicará os trabalhos de investigação da comissão.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na quinta-feira (13) com um habeas corpus no STF para blindar o ex-ministro – a ideia é que Pazuello compareça à CPI, mas possa ficar em silêncio quando questionado.
No documento obtido pelo analista de política da CNN, Caio Junqueira, Calheiros diz que, por ter comandado o Ministério por 10 dos 15 meses da pandemia no país, o ex-ministro da Saúde “é peça fundamental no fornecimento de informações quanto à participação de pessoas que, de algum modo, contribuíram para o colapso do sistema de saúde”.
“A ausência de seu depoimento ou sua recusa em responder às perguntas prejudicará sobremaneira a condução dos trabalhos da CPIPANDEMIA”, diz o senador.
Em outro trecho do documento, o relato da CPI afirma que Pazuello dá demonstrações de ter a intenção de dificultar os trabalhos da comissão parlamentar desde que ela foi criada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para cumprir decisão de outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso.
“Negar-se a responder à CPI equivale a esconder do povo brasileiro informações cruciais para compreender o momento histórico, responsabilizar quem tenha cometido irregularidades e evitar que se repitam os erros que levaram à morte de quase meio milhão de brasileiros inocentes, até agora”, argumenta.
A CNN apurou que Lewandowski deve divulgar até o fim da tarde desta sexta (14) sua decisão sobre o habeas corpus preventivo pedido pelo ex-ministro da Saúde.
Caso ele rejeite o pedido, ex-ministro, que foi chamado à CPI como testemunha, estará obrigado a responder todos os questionamentos dos senadores.
