Sidney Rezende: Não tivemos experiência concreta de lockdown no Brasil
No quadro Liberdade de Opinião, o jornalista repercutiu as declarações mais recentes do presidente Jair Bolsonaro sobre combate à pandemia no país
No quadro Liberdade de Opinião desta terça-feira (23), Sidney Rezende comentou as mais recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil. Durante cerimônia de assinatura do novo Fundeb, o Fundo da Educação Básica, Bolsonaro disse que se o lockdown acabasse com o vírus, ele aceitaria a medida e que as pessoas devem lutar contra o vírus, não contra o governo.
Para Rezende, seria um ponto positivo para o país a criação de um comitê nacional de enfretamento ao coronavírus. “Tem que se fazer e de verdade. Mas os protagonistas têm que acreditar nisso. Não é participar de uma reunião e depois todos voltarem para o gabinete e nada mudar”, avaliou.
“Com relação à fala específica do presidente, primeiro que ele não é infectologista ou médico e parece querer falar como se ele soubesse mais de quem estuda há anos, de quem tem as informações mais atualizadas sobre o assunto e trabalha nisso”, completou o jornalista. “Quando o presidente fala de lockdown, não tivemos experiência concreta disso no Brasil. Tivemos o caso de Araraquara, onde números caíram num primeiro momento.”
“[Lockdown] não é para debelar o vírus. Hoje, o grande antídoto são dois: usar máscara e vacinação. Se não tem vacina, não tem como derrubar essa imensa expansão do vírus. Então, quando o presidente faz essa equação equivocada, induz as pessoas ao erro. Não é para resolver, é para acabar a doença. O lockdown é para evitar que aumente a expansão da doença, que tenhamos mais infectados do que temos e evita colapsar a aparelhagem médica e todos os hospitais que já estão cheios.”
O Liberdade de Opinião tem a participação de Sidney Rezende e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.