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    “Senão, estou preso”, disse Cid a militar que perguntou se sabia o que estavam fazendo

    Relatório da Polícia Federal mostra que de Mauro Cid admite não ter provas contra a segurança das urnas e segue divulgando desinformação

    Guilherme Gamada CNN , São Paulo

    O relatório completo da Polícia Federal, divulgado nesta terça-feira (26), após a quebra do sigilo por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revela conversas de WhatsApp entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

    Em meio à disputa presidencial de 2022, eles falavam sobre ações para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

    Em 4 de outubro de 2022, o coronel escreve: “Espero, sinceramente, que vocês saibam o que estão fazendo”. Mauro Cid responde:

    Eu tbm…

    Senão estou preso

    Na sequência da conversa, Cavaliere pergunta “conseguiram plotar?”, com referência à identificação de uma possível fraude nas eleições, segundo a investigação.

    Nada…Nenhum indício de fraude

    A investigação aponta que, mesmo confirmando que não identificaram fraude nas eleições, os indiciados continuavam propagando desinformação sobre o processo eleitoral, como parte do plano de golpe de Estado.

    Conversas de WhatsApp entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros. • Reprodução

    No dia 31 de outubro de 2022, trocas de mensagens entre Cid e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima mostram que ambos continuavam tentando dados que pudessem colocar em descrédito o pleito presidencial — inclusive com hackers.

     

     

    O coronel Hélio Ferreira Lima apresenta um questionamento sobre os códigos-fonte da urna. Em resposta, Cid admite novamente admite que, apesar de todos os esforços, não conseguira identificar qualquer indício de fraude nas urnas eletrônica, de acordo com a investigação.

    Por áudio, Cid afirma:

    tá difícil tirar alguma coisa. Tá difícil ter alguma prova. Porque, assim, na verdade tudo tem uma justificativa

    Afirma que no segundo turno das eleições tentou encontrar provas e ” não teve nada, não teve nada! Nada que você pudesse dizer ‘Olha, teve um movimento…né…é…diferente aqui nesse sistema aqui’”. Em seguida, Cid admite que conversou com a pessoa que fez a análise das urnas e novamente reafirma:

    tá difícil tirar alguma coisa. Tá difícil ter alguma prova. Porque, assim, na verdade tudo tem uma justificativa

    Conversas de WhatsApp entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o coronel Hélio Ferreira Lima. •

    Ele ainda diz: “A gente tá recebendo cara de TI, hacker” e afirma:

    Ninguém ainda chegou com uma coisa que fale, que, que consiga abrir uma investigação

    A gente tem cara infiltrado em tudo quanto é lugar monitorando e passando pra gente as informações. Refutando ou ajudando a, a, a instigar, né, digamos assim

    O relatório ainda mostra que, por fim, Cid reafirma que realizaram o teste de integridade sugerido pela pessoa citada pelo coronel, que seria um especislista em tencologia, e conclui:

    não foi pego nada

    A CNN tenta contato com a defesa dos citados.

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