Senadores do governo e da oposição discordam sobre Renan na relatoria da CPI
Os senadores discordaram sobre a indicação de Calheiros para ser o relator da comissão
Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Girão (Podemos-CE) discordaram em um debate na CNN sobre a declaração do provável relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), de que não votará temas ligados ao Alagoas, por ser pai do governador do estado, Renan Filho (MDB).
A posição de Renan desagradou ambos os parlamentares, mas por motivos diferentes. Costa considera a ação “desnecessária”, enquanto Girão identifica um “conflito de interesses”. Ambos são integrantes titulares da CPI da Pandemia.
“Até o momento, Alagoas não tem nenhuma denúncia grave contra o estado”, disse o senador do PT. “Além disso, todos os senadores têm todas as prerrogativas plenas para o exercício dos seus mandatos e naturalmente se houvesse algum tipo de necessidade de declaração de suspeição deveria vir dos outros.”
Para Girão, a indicação de Renan como relator poderia fazer com a CPI revele apenas uma “parte da verdade”. “A CPI e a população querem que venha a verdade e não apenas uma parte dela”, argumentou.
“Precisamos ter muito cuidado, porque muitas comissões se tornaram palanques políticos e isso seria um desrespeito para o povo brasileiro. Existe um flagrante conflito de interesses, sem falar que Calheiros já se manifestou publicamente quem é o culpado e o inocente na gestão da pandemia, portanto há uma antecipação muito clara de julgamento.”
Wajngarten
Outro ponto de debate foi a declaração do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, em entrevista à revista Veja, de que o Brasil não comprou antes vacinas da Pfizer por “incompetência” do Ministério da Saúde.
“Ele precisa ser convocado para a comissão, não somente porque essa história está muito mal contada, mas por ou esse governo ser completamente desestruturado, ou existir algo por trás dessa entrevista”, opinou Costa.
Girão concordou que Wajngarten pode ser convocado, mas também mencionou outros nomes.
“Acredito que os ex-ministros da Saúde – Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello – e a Procuradoria Geral da República (PGR), como a subprocuradora Lindora Araújo, precisam comparecer.”