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    Senadores decidem antecipar depoimento de Queiroga à CPI da Pandemia

    Plano acertado pelo G7 envolve também encerrar após essa semana o debate na comissão sobre o uso de cloroquina

    Renata Agostini e Rachel Vargas, da CNN, em Brasília

    Os senadores que compõem o grupo majoritário da CPI da Pandemia decidiram que irão alterar o cronograma da comissão para as próximas semanas, antecipando dois depoimentos que ainda não estavam com data acertada: a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a fala de Luana Araújo, médica escalada para comandar uma secretaria dedicada à Covid-19 e cuja nomeação foi barrada pelo Palácio do Planalto. 

    Eles devem ser chamados a falar ainda em junho, informou o comando da CPI à CNN. A estratégia foi debatida neste domingo (30), quando os integrantes do chamado G7 se reuniram de forma virtual.

    Segundo Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, o grupo avalia que Queiroga precisa voltar a falar o quanto antes. A avaliação é que o atual ministro precisa ser novamente inquirido diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em comparecer, sem máscara, a manifestações que causam aglomerações.

    Relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Queiroga tem sido “omisso e cúmplice” e, por isso, a CPI entende que sua fala deve ser antecipada.

    “Queiroga tem silenciado quanto à continuidade do morticínio e este não é o seu papel. Enquanto as UTIs continuam a encher e o presidente pedindo ao STF autorização para aglomerar”, disse Renan, referindo-se à ação de Jair Bolsonaro para impedir medidas de restrição de governadores.

    Sem oitiva, CPI da Pandemia vota requerimentos de convocações e informações
    Sem oitiva, CPI da Pandemia vota requerimentos de convocações e informações nesta quarta-feira (26)
    Foto: Edilson Rodrigues – 26.mai.2021/Agência Senado

    Uso de cloroquina

    O plano acertado pelo G7 envolve também encerrar após a próxima semana o debate na comissão sobre o uso de cloroquina. Os senadores entendem que já está estabelecida a ineficácia do medicamento no tratamento da Covid-19 e, ao seguir falando sobre isso, a CPI favorece distorções e até propaganda indevida do chamado “kit Covid”.

    “Não adianta mais ficar discutindo isso. O próprio presidente Jair Bolsonaro, que é o maior defensor disso, não tem mais falado o nome do remédio publicamente”, disse Otto Alencar (PSD-BA).

    De acordo com Alencar, a ideia do G7 é usar o depoimento da oncologista e imunologista Nise Yamaguchi para falar do gabinete paralelo que supostamente assessorava o presidente da República, como indicou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O grupo de senadores concordou que não dará mais espaço na comissão para debater se cloroquina funciona ou não, pois já está comprovado que o seu uso é indevido.

    “Tudo que ela (Nise Yamaguchi) precisaria falar sobre cloroquina já falou. Seria o caso de pedir algumas confirmações. Sobre o gabinete paralelo já temos muita coisa e a expectativa das pessoas que a conhecem é de que ela não vai mentir, se omitir ou negar o que ocorreu e ocorre”, diz Renan Calheiros.

    Os integrantes da CPI já bateram o martelo sobre não chamar mais especialistas para falar do chamado “tratamento precoce”. Serão mantidos os nomes previstos para a próxima semana: Nise Yamaguchi na terça-feira (1º) e um grupo de médicos na quarta-feira (2)  – neste dia, serão ouvidos Clovis Arns da Cunha, que é presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, e outros três especialistas.

    Mas a CPI avalia ainda se Claudio Maierovitch, médico sanitarista e ex-presidente Anvisa e da Fiocruz, e Nathalia Pasternak, microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) falarão na outra semana. 

    Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que defende a manutenção do nome de ambos no cronograma. O grupo irá confirmar essa participação após os depoimentos da próxima quarta-feira.

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