Senadores articulam contrapartida de estados e municípios a ajuda federal
Proposta aprovada na Câmara prevê gasto de R$ 89,6 bilhões por parte da União, o que contrariou o Palácio do Planalto
O projeto de lei de ajuda a estados e municípios, antigo Plano Mansueto, deve ser modificado pelo Senado Federal. A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada, prevendo um gasto de R$ 89,6 bilhões por parte da União, o que contrariou o Palácio do Planalto. De lá para cá, o governo federal negocia com o Senado mudanças na matéria.
Em reunião de líderes do Senado e na sessão desta quarta-feira (22), os senadores discutiram uma ajuda que preveja contrapartidas dos entes federativos. Parlamentares ligados ao centrão, por exemplo, defenderam que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), seja o relator desse novo texto.
Alguns senadores também sugeriram deixar de lado o projeto vindo da Câmara e colocar a ajuda aos entes em algum projeto já existente na Casa ou que o Executivo mande uma nova medida provisória sobre o tema.
“Estamos caminhando para a apresentação de um substitutivo ao texto aprovado pelos deputados, por entender que o projeto original do Executivo foi desfigurado na Câmara. Nós precisamos agilizar, não há mais tempo a perder, os estados e municípios estão carentes de um socorro urgente”, afirmou o senador Lasier Martins (Podemos-RS).
Durante a sessão, o senador Cid Gomes (PDT-CE) disse que “a Câmara foi exagerada” na ajuda prevista aos estados e que, por isso, “é preciso aprimorar o texto vindo da Casa”. Já o senador Weverton (PDT-MA) afirmou que o presidente do Senado, que deixou a sessão de hoje antes do fim, “passou todo o dia dialogando sobre a questão com senadores, Câmara e Executivo”.