Senadoras divergem sobre participação de Terra em suposto gabinete paralelo
Soraya Thronicke (PSL-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) terão abordagens diferentes em questões a ex-ministro da Cidadania na CPI da Pandemia
Em debate mediado pela analista de política Basília Rodrigues, integrantes da bancada feminina no Senado divergiram sobre a participação do deputado Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania, no suposto gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Terra presta depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (22).
Para a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), é inquestionável que a autoridade máxima sanitária do Brasil é o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Não há o que se falar sobre gabinete paralelo. É algo que se discute na CPI, mas o que temos, as decisões que o ministro tem tomado, tudo isso tem sido formalizado pelo Ministério da Saúde”, defendeu.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) entende que há provas claras de que Osmar Terra “assumia informalmente o posto de ministro da Saúde” no suposto gabinete de aconselhamento. “Ele estava dentro de uma estrutura informal, mas com posição de formalidade do ponto de vista da orientação [ao presidente].”
Para Elizane, depoimentos como o do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta comprovam a participação de Terra no “gabinete”. “Mandetta disse que conversava com o presidente e ele até tinha entendimento naquele momento, mas, no dia seguinte, mudava de opinião. Para mim, fica claro que ele ouvia o ministro que estava no cargo e também o ministro paralelo.”
Também citando Mandetta, Soraya reforçou que o objetivo da CPI é investigar não só a atuação do governo federal na pandemia, mas também a de estados e municípios. “Me recordo de Mandetta dizer que não tinha informações de que secretários de Saúde estavam falhando na gestão. Tenho voltado minhas perguntas para este ponto: quem é que não está colaborando e onde estão falhando? As perguntas não podem ser fora desse escopo.”