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    Senador da CPI pede quebra de sigilo de motoboy

    A reação vem após decisão do ministro do STF Nunes Marques, que inviabilizou o depoimento do motoboy nesta terça-feira

    Basília Rodrigues

    O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) apresentou requerimento à CPI da Pandemia pela quebra de sigilos do motoboy da VTCLog, Ivanildo Gonçalves. “Buscamos investigação pelos caminhos técnicos”, afirmou à coluna.

    A reação vem após decisão do ministro do STF Nunes Marques, que inviabilizou o depoimento do motoboy nesta terça-feira (31). De acordo com o senador, a CPI precisa de elementos que levem ao caminho do dinheiro.

    Alvo de críticas, Nunes Marques decidiu com base em acórdão da 2ª Turma, que afirma que investigados não podem ser obrigados a prestar depoimento em CPI ou comparecer a interrogatórios.

    Apesar de ser tachado de testemunha, para o ministro, Ivanildo é claramente um investigado. Interlocutores de Marques afirmam que o recurso da comissão será analisado primeiramente pelo próprio ministro e que, somente após os trâmites processuais, será levado ao plenário.

    Ivanildo, de acordo com a comissão, realizou saques milionários em nome da empresa.

    O presidente da comissão, senador Omar Aziz, avalia que Ivanildo é uma pessoa simples e que cumpria ordens. “Ele é testemunha sendo usada para levar dinheiro para alguém. Ele não tirou dinheiro para levar recursos para casa dele”, afirmou.

    A CPI já havia autorizado a quebra de sigilo da VTCLog, informações que serão detalhadas nos depoimemtos de pessoas relacionadas à empresa, como a CEO da companhia, Andréia Lima.

    O pedido de quebra de sigilo de Ivanildo sofre resistência na CPI, de senadores que comparam a historia com a do caseiro Francenildo Costa. Em 2006, Francenildo afirmou em depoimento à CPI dos Bingos ter avistado o ex-ministro Antonio Palloci no local onde trabalhava, uma residência localizada em bairro nobre de Brasília, que seria utilizada por empresários e políticos para negociatas e encontros com garotas de programa. O lugar ficou conhecido como a “Casa do Lobby” e “República de Ribeirão Preto”.

    O depoimento de Francenildo levou à queda do ex-ministro Palocci, um dos mais importantes conselheiros do governo Lula.

    Após a revelação na CPI, Francenildo teve seu sigilo bancário quebrado. Na conta, havia cerca de R$ 38 mil, o que na época, governistas apontaram como prova de que o caseiro teria sido pago para denunciar Palocci.

    No entanto, extratos e documentos apresentados por Ivanildo comprovaram que o dinheiro se tratava de uma herança, que ele recebeu de seu suposto pai biológico, empresário no Piauí.

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