Secretário dos EUA condena ataques racistas a Vini Jr.: “É um problema de todos”
Brian Nichols afirmou ser importante que os governos, instituições, clubes e autoridades dos estádios tomem medidas concretas para prevenir situações como as que aconteceram com o atacante brasileiro
O secretário de Estado adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Brian Nichols, condenou os ataques racistas na Espanha contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Ele considera que as agressões racistas não são problema de apenas um país, mas de todas as nações.
“Essa questão terrivelmente afetou o Vini Jr., mas não é nova no esporte e nem no futebol. É importante que os governos, instituições, clubes e autoridades dos estádios tomem medidas concretas para prevenir situações como essa, que já são denunciadas há décadas”, afirmou Nichols.
O secretário norte-americano participou da abertura das atividades da Ação Conjunta para Eliminação da Discriminação Étnico-Racial, grupo de trabalho bilateral entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que aconteceu no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Além do norte-americano, autoridades brasileiras também retomaram o assunto durante a cerimônia. A embaixadora Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, chamou o episódio de “atentado contra a humanidade”.
“A eliminação do racismo, além de um dever universal, é uma obrigação moral que nos mobiliza nos mais fortes termos. O ato racista contra o jogador brasileiro é um atentado contra todos os afrodescendentes em todos os lugares do mundo”, afirmou a embaixadora, que responde interinamente pelo Itamaraty.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também reforçou a mensagem de apoio ao atleta brasileiro: “Quero destacar a figura do Vinicius, que nesse momento é quem mais nos preocupa. Quero dizer que o Brasil inteiro, o governo federal, o presidente, os vários ministérios, todos estamos com ele nesta luta”.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Rita de Oliveira, também manifestaram solidariedade ao jogador e reforçaram o repúdio ao racismo.
Combate ao racismo
As autoridades do Brasil e dos EUA se reuniram para reiniciar os trabalhos do Plano de Ação Conjunta para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade, grupo conhecido pela sigla em inglês Japer.
A retomada do órgão foi definida pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden durante visita do brasileiro aos EUA em fevereiro. A última reunião do grupo aconteceu em 2013.
A expectativa é promover ações para o combate ao racismo e discriminação em quatro áreas: acesso à educação, saúde, enfrentamento à violência e promoção da cultura.
A representante especial para a Equidade e Justiça Racial, Desirée Cormier Smith, e a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também participaram da cerimônia.