Sebastião Melo: Se Brasil não comprar a vacina, faremos consórcio e compraremos
Para ele, a imunização é o que vai dar segurança à população, pois 'não adianta abrir a economia se as pessoas não vão no bar, na loja, se não circularem'
O prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse nesta segunda-feira (30), em entrevista à CNN, que o principal desafio atual da cidade é a pandemia de Covid-19. Ele afirmou ainda que pretende comprar a vacina contra a doença, caso o governo federal não o faça.
Melo disse que terá uma reunião na tarde de hoje com o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), para iniciar o processo de transição. Dentre as diversas pautas que pretende tratar, a principal, segundo ele, é a da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
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“A economia e a saúde devem andar de mãos dadas. Nossa cidade perdeu muitos empregos, vive muita dificuldade econômica”, afirmou ele. “Com os protocolos e o isolamento necessários, não pretendo fechar a cidade.”
Melo declarou que um dos primeiros deveres da prefeitura será preparar a cidade para a vacina contra a Covid-19, planejando quais grupos devem recebê-la primeiro, por exemplo. “Temos a firme convicção de que o Brasil comprará a vacina. Mas se isso não acontecer, vamos fazer um consórcio metropolitano e comprar a vacina.”
Ele destacou que a imunização é o que vai dar segurança à população, pois “não adianta abrir a economia se as pessoas não vão no bar, na loja, se não circularem”.
Relação com outros políticos
Melo disse também que pretende conversar com o governador Eduardo Leite (PSDB) nesta terça (1º) e com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda nesta semana.
O prefeito eleito afirmou que Leite não foi o candidato dele, mas é o governador de todos os gaúchos e alguém de muito diálogo. “O Rio Grande do Sul, os municípios, o Brasil têm que se estar acima de partidos políticos. Meu partido agora é Porto Alegre”, disse ele, acrescentando que o Brasil tem uma centralização política e econômica em Brasília.
“Um prefeito não pode fazer uma gestão ideológica, ele tem que fazer uma gestão de soluções urbanas”, declarou.
Melo disse também que desenvolvimento e proteção social a quem mais precisa serão destaques da gestão dele. O político afirmou ainda que o “Brasil tem que criar um fundo nacional de mobilidade urbana para custear aqueles que não podem pagar”, uma espécie de “SUS do transporte público”. “Tem que baratear a passagem. Se não, o transporte urbano vai colapsar.”
Sebastião Melo venceu a eleição em segundo turno, derrotando a candidata Manuela d’Ávila (PCdoB). Ele obteve 54,63% dos votos válidos, enquanto a adversária ficou com 45,37%.